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Lutero Simango promete reformas na Constituição e na defesa

10 de julho de 2024

Ciclo de debates públicos com candidatos às presidenciais de outubro arrancou com Lutero Simango. Manifesto do líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) tem 8 pilares e aposta na reforma do aparelho do Estado.

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Lutero Simango, líder do MDM
Foto: Romeu Silva/DW

Arrancou esta terça-feira (09.07), na Universidade Politécnica, em Maputo, um ciclo de debates públicos onde os quatro candidatos às presidenciais de outubro próximo em Moçambique são desafiados a apresentarem os seus manifestos eleitorais. Lutero Simango, líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), foi o primeiro convidado.

O candidato do MDM aposta na reforma nas forças de defesa e segurança no seu manifesto eleitoral. Simango diz que se deve investir "muito nas forças de defesa e segurança" para o país não depender de outros exércitos no combate ao terrorismo.

"Onde está o dinheiro? Onde estão os recursos financeiros? O país é rico, Moçambique tem todos os recursos para desenvolver-se. Portanto a questão da segurança nacional, soberania tem de ser investido. E o seu investimento passa necessariamente em ir buscar o dinheiro que anda perdido na exploração e gestão dos nossos recursos naturais", defendeu.

A professora universitária Sónia Shone quis saber do candidato sobre as políticas públicas na saúde e educação, pois segundo ela, os cidadãos até perderam confiança em apostar nestes setores.

"Podemos olhar para o setor da saúde onde há uma falta clara de medicamentos e o mau atendimento é visível. Na educação há uma crise, podemos ver desde questões administrativas de contratação de professores, das horas extra até questões pedagógicas da qualidade do livro escolar", exemplificou.

Exclusivo: MDM é imune às crises que assolam os partidos?

Reforma da Constituição

Lutero Simango apresentou algumas soluções: "Portanto, o desafio será de garantir uma formação aos professores existentes e recrutar novos professores com níveis altos para garantir que o nosso ensino primário, secundário tenham a qualidade necessário e reduzir o rácio professor-aluno."

E não só, o líder do MDM aponta ainda a criação de Tribunal de Contas e combate à corrupção. "Vamos introduzir a governação digital e tecnológica como uma forma de combater a corrupção e evitar o contato direto entre o cidadão e os funcionários públicos", prometeu, caso seja eleito.

O candidato pelo MDM diz ainda que "o país não anda" porque a Constituição da República não garante independência das instituições.

"Não podemos continuar a ter uma Constituição que dá todos os poderes ao presidente da República. Moçambique ficou independente em 1975 e o aspeto do partido-estado dominante está aí. Se nós queremos criar uma sociedade inclusiva, participativa e mais democrática é preciso eliminar o aspecto do partido-estado dominante, sublinhou.

Nos próximos dias será anunciado o segundo candidato que estará presente no debate público, a ter lugar na Universidade Politécnica, em Maputo, para apresentar o seu manifesto eleitoral.