Lula: "Não há sustentabilidade num mundo em guerra"
20 de abril de 2023"Os efeitos da mudança do clima agravam ainda mais a pobreza, a fome e a desigualdade no mundo, flagelos que o Brasil combate com todas as forças. Também somos defensores intransigentes da paz entre os povos. Não há sustentabilidade num mundo em guerra”, declarou o Presidente brasileiro, na abertura do Fórum sobre Energia e Clima, realizado de forma virtual.
"Além da paz, é urgente buscarmos uma relação de confiança entre os países. No entanto, desde a Convenção do Clima, em 1992, no Rio de Janeiro, a confiança entre os atores envolvidos tem declinado. Desde que o compromisso foi assumido, em 2009, o financiamento climático oferecido pelos países desenvolvidos mantém-se aquém da promessa de 100 bilhões de dólares por ano. Como disse no início, é preciso que todos façam a sua parte”, acrescentou.
Luiz Inácio Lula da Silva apontou que o mundo está próximo de "um ponto irreversível" e que é preciso "uma governança mais efetiva e legítima”, que "permita resgatar a solidariedade para o bem de toda a humanidade”.
Brasil "está a fazer a sua parte"
O governante brasileiro também defendeu que as respostas aos desafios climáticos dependem da ação coordenada entre todos os países e afirmou que o seu país está a fazer a sua parte, e vai avançar ainda mais nos esforços para mitigar os efeitos da mudança do clima.
"Temos a matriz energética mais limpa do planeta. Mais de 80% da nossa eletricidade provém de fontes renováveis: hidrelétrica, eólica, solar, etanol e biomassa. E vamos aumentar essa proporção, com a instalação de novos parques de geração de energia solar e eólica. Continuaremos também a investir em soluções como a agricultura de baixo carbono, infraestrutura verde e biocombustíveis”, disse.
"Fomos capazes de reduzir o desmatamento da Amazónia em mais de 80% ao longo de uma década, e voltaremos a fazê-lo. Os danos ao meio ambiente causados pelo governo anterior serão revertidos. Para tanto, retomamos o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazónia, que em passado recente foi responsável pela queda recorde na devastação da floresta. Nossa meta é o desmatamento zero”, acrescentou.
Antes da intervenção do chefe de Estado brasileiro, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, informou que pedirá ao Congresso norte-americano a aprovação de um desembolso de 500 milhões de dólares (455,7 milhões de euros ao câmbio atual) para o Fundo Amazónia, do Brasil.
O líder norte-americano também alertou que "o prazo para agir é estreito” ao defender o pedido de recursos ao Congresso dos Estados Unidos para a Amazónia.