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Luanda: Começa o julgamento do major Lussati

Lusa
28 de junho de 2022

Pedro Lussati é o principal arguido de um caso envolvendo militares da Casa de Segurança do Presidente. 49 arguidos são acusados de peculato, branqueamento de capitais e associação criminosa, entre outros crimes.

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Foto: Borralho Ndomba/DW

Em causa está a "Operação Caranguejo" que levou, em junho do ano passado, ao desmantelar de um alegado esquema que envolvia pagamentos fraudulentos a partir da folha salarial da Casa de Segurança, através do qual terão sido desviados do erário público 62 milhões de dólares (perto de 59 milhões de euros).

Entre os arguidos, encontram-se oficiais das Forças Armadas Angolanas (FAA) e civis, acusados de peculato, associação criminosa, recebimento indevido de vantagem, participação económica em negócio, abuso de poder, fraude no transporte ou transferência de moeda para o exterior, introdução ilícita de moeda estrangeira no país, comércio ilegal de moeda, proibição de pagamentos em numerário, retenção de moeda, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e assunção de falsa identidade.

O major angolano Pedro Lussati, tido como o cabecilha do grupo, foi detido na posse de milhões de dólares, euros e kwanzas guardados em malas e caixotes, sendo igualmente proprietário de mais de uma dezena de viaturas.

Entre as mais de 200 testemunhas, que serão ouvidas nos meses de julho e agosto, constam os nomes de Manuel Vieira Dias "Kopelipa" e Higino Carneiro, entre outros generais de topo das FAA.

Na sequência destas detenções foram exonerados vários oficiais ligados à Casa de Segurança do Presidente angolano, incluindo o general Pedro Sebastião, então ministro de Estado e chefe de Casa de Segurança de João Lourenço, que foi substituído no cargo pelo general Francisco Pereira Furtado.

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