Líder da oposição no Chade nomeado primeiro-ministro
1 de janeiro de 2024Segundo a agência de notícias France-Presse, a nomeação de Succès Masra, que regressou ao Chade em novembro depois de ter partido para o exílio em 2022, surge na sequência da demissão, na sexta-feira (29.12), do anterior primeiro-ministro, Saleh Kebzabo.
O anúncio foi feito num discurso do Secretário-Geral da Presidência, Mahamat Ahmat Alhabo, transmitido na televisão, e acontece depois de ter sido seguido o "procedimento habitual", segundo o próprio dirigente, após a ratificação da nova Constituição do país.
A nova Constituição, considerada um passo fundamental para o regresso ao poder civil, foi aprovada por quase 86% dos eleitores num referendo realizado a 17 de dezembro.
O texto foi aprovado pelo Presidente chadiano e por uma coligação de cerca de 120 partidos políticos, incluindo o de Masra.
O até agora líder da oposição do partido político Les Transformateurs deixou o país em 2022, depois de ter sido responsabilizado pelo Governo pelas manifestações que tiveram lugar a 20 de outubro de 2022, e das quais resultaram pelo menos 50 mortos, segundo dados oficiais.
Naquele dia estava previsto o fim da transição política no Chade, após a morte do Presidente Idriss Déby durante os combates entre os grupos rebeldes e o exército, em abril de 2021, mas foi foi estendido por mais dois anos, o que gerou manifestações de protesto no país.
Desde então, o Chade tem sido liderado pelo filho de Déby, de 39 anos, que anulou a Constituição e dissolveu o Governo e o parlamento.
O país realizou um diálogo nacional entre agosto e outubro de 2022 para chegar a acordo sobre as bases de um regresso à ordem constitucional, que foi amplamente criticado e boicotado pela oposição e pelos grupos rebeldes.
No seu discurso de tomada de posse, em outubro de 2022, o Presidente de transição, Mahamat Idriss Déby Itno, anunciou a formação de um "governo de unidade nacional" e prometeu um referendo constitucional e eleições após o fim da transição para um "regresso à ordem constitucional".
Uma das alterações introduzidas à Constituição, que reduz a idade mínima para apresentação de candidatura à presidência dos 45 para os 35 anos, permite que Itno seja candidato.