Judoca luta por medalha para a Guiné-Bissau nas Olimpíadas
9 de fevereiro de 2016Enquanto milhões de pessoas aproveitam o carnaval para se divertir, a judoca brasileira Taciana Lima Baldé, de 32 anos, segue num ritmo intenso os seus treinos para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que ocorrerão em agosto.
Faltando apenas seis meses para o maior evento desportivo do mundo, a atleta que pesa apenas 48 quilos e mede 1,68m promete não se deixa ser intimidar pelos seus rivais no tatame.
Taciana Lima tem dupla cidadania e optou por representar a Guiné-Bissau durante as competições. Treinando cerca de cinco horas por dia, na sede da Sogipa, um clube localizado em Porto Alegre, no sul do Brasil, a atleta enfrenta agora um calendário extenso de lutas em diversos países antes das Olimpíadas.
Entre os melhores do mundo
A atleta, que está entre as 16 melhores judocas do mundo, está este mês em França (Paris) e na Alemanha e em março segue para a Geórgia. A Tunísia é o destino seguinte, onde irá participar no Campeonato Africano de Judo, em abril. "Em maio tenho os World Masters, entre os 16 melhores judocas do mundo, e o Grand Slam de Baku, no Azerbaijão", revelou à DW África.
O judo entrou cedo na vida de Taciana. Aos 12 anos, a menina despertou o interesse pelo desporto. Sempre com o apoio de sua família, aos 15 anos a atleta participou na sua primeira competição internacional. O evento ocorreu na Rússia, durante os jogos mundiais da juventude. De lá para cá Taciana só tem acumulado títulos.
Em 2011 conquistou a medalha de ouro no Mundial de El Salvador, na categoria ligeiro até 48 quilos. Neste período ainda defendia o Brasil. Em 2012 levou a medalha de prata no campeonato brasileiro. Já nos anos de 2013, 2014 e 2015, a pernambucana ganhou três medalhas de ouro no Campeonato Africano de Judo.
Sonhos guineenses
Após os Jogos Olímpicos, a atleta olímpica pretende levar outro sonho adiante: captar recursos para investir no judo na Guiné-Bissau, a terra do seu pai, Oscar Suca Baldé.
"Tenho uma vontade muito grande de conseguir, depois dos Jogos Olímpicos, fazer um projeto para que os atletas possam sair da Guiné-Bissau e competir internacionalmente", conta.
Antes disso, também quer montar "uma escola bem estruturada" na Guiné-Bissau. "Falta isso lá", sublinha. Além de não haver tatame, também há falta de equipamentos no país. "Há muitas crianças que praticam judo, mas muitas não têm quimonos. Material humano existe, falta é estrutura", conclui.