Joe Biden eleito Presidente dos Estados Unidos
8 de novembro de 2020O democrata Joe Biden venceu a Pensilvânia, ultrapassando o limite de 270 votos eleitorais para tomar a Casa Branca e se tornar o 46º presidente dos Estados Unidos. Com 99% dos votos contados na Pensilvânia, Biden obteve 3.345.906 votos (49,7%), enquanto o Presidente Donald Trump obteve 3.311.448 (49,2%).
Biden também ganhou nos estados do Arizona, Wisconsin e Michigan no seu caminho para a Presidência, uma reviravolta em estados onde o Presidente Donald Trump venceu em 2016.
A vitória de Biden veio depois de mais de três dias de incerteza, enquanto as autoridades eleitorais classificavam os votos pelo correio, o que atrasou o processamento dos resultados.
No Twitter, Biden agradeceu a todos os eleitores e prometeu ser um Presidente "para todos os americanos".
"América, sinto-me honrado por me terem escolhido para liderar este nosso grande país. O trabalho que temos pela frente será árduo, mas garanto o seguinte: serei um Presidente para todos os americanos - quer você tenha votado em mim ou não", escreveu o Presidente eleito.
Primeira mulher vice-Presidente nos EUA
Kamala Harris, a primeira mulher eleita vice-Presidente dos Estados Unidos, escreveu "vamos trabalhar" na rede social Twitter após a notícia da vitória do candidato democrata à Casa Branca.
Harris, de 55 anos, filha de pai jamaicano e de mãe indiana, será também a primeira mulher negra a ocupar a vice-presidência dos Estados Unidos, acompanhando Biden na entrada na Casa Branca a 20 de janeiro de 2021.
A atual senadora democrata pelo estado da Califórnia será também a mulher que ocupará um cargo político da maior hierarquia na administração norte-americana, honra até agora apenas pela presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.
Trump aponta "grande fraude"
Trump é o primeiro Presidente em exercício a perder a reeleição desde o republicano George H.W. Bush em 1992. Entretanto, nos seus últimos pronunciamentos, Donald Trump queixou-se de "grande fraude", mas não apresentou provas que legitimassem as suas alegações.
O Presidente está a contestar a votação nos tribunais, mas especialistas jurídicos dizem que suas contestações têm poucas chances de afetar o resultado, segundo avançou a agência de notícias Reuters.
No entanto, uma responsável da Comissão Federal de Eleições (FEC, em inglês) assegurou este sábado que "não há evidência de fraude" nas eleições presidenciais nos Estados Unidos, conforme denunciou, sem apresentar provas, Donald Trump.
"Tem havido muito poucas queixas sobre a forma como se desenrolaram estas eleições", afirmou Ellen Weintraub, comissária da FEC, uma agência federal independente encarregue de zelar pelo cumprimento das leis de financiamento de campanhas nos comícios nos Estados Unidos.
"Muito poucas queixas fundamentadas, deixem-me antes dizê-lo assim", precisou a responsável em declarações à cadeia televisiva CNN, insistindo que "não há evidência de nenhum tipo de fraude eleitoral", nem de que "tenham sido emitidos votos ilegais".
A vitória de Biden foi impulsionada pelo forte apoio de grupos incluindo mulheres, afro-americanos, eleitores brancos com diploma universitário e moradores de grandes cidades. O democrata está mais de quatro milhões de votos à frente de Trump na contagem de votos populares em todo o país.
O país que Biden herdará
Biden, que passou meio século na vida pública como senador dos EUA e depois vice-Presidente do antecessor de Trump, Barack Obama, herdará uma nação em turbulência por causa da pandemia do novo coronavírus e da desaceleração económica, bem como protestos contra o racismo e a brutalidade policial.
Biden disse que a sua primeira prioridade será desenvolver um plano para conter e recuperar o país da pandemia, prometendo melhorar o acesso aos testes à Covid-19 e, ao contrário de Trump, seguir os conselhos de importantes autoridades de saúde pública e cientistas.
Biden também prometeu restaurar um senso de normalidade para a Casa Branca após uma Presidência na qual Trump elogiou líderes estrangeiros autoritários, desdenhou alianças globais de longa data, recusou-se a repudiar os “supremacistas” brancos e lançou dúvidas sobre a legitimidade do sistema eleitoral dos EUA.
Artigo atualizado às 17h38 do Tempo Universal Coordenado (UTC)