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Iémen: Partes beligerantes dispostas a negociar

Lusa | DPA | AFP | Reuters | nn
17 de novembro de 2018

O enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Iémen afirma que o governo e os rebeldes xiitas Houthi estão dispostos a iniciar negociações de paz. Aquele país é palco da pior crise humanitária do mundo.

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Jemen Meerenge Bab al-Mandab
Foto: Getty Images/AFP/S. Al-Obeidi

Martin Griffiths disse na sexta-feira (16.11) ao Conselho de Segurança que tenciona juntar as partes beligerantes "em breve", no que disse ser "um momento crucial para o Iémen", que, acentuou, está a viver "o maior desastre humano no mundo" e tem a economia "à beira do colapso". Griffiths acentuou que o povo iemenita "desespera por uma solução política para uma guerra na qual é a principal vítima". 

Os membros do Conselho de Segurança ouviram também o diretor do Programa Mundial de Alimentação (PMA), da ONU, David Beasley, denunciar que "a situação no país não está à beira da catástrofe, é uma catástrofe". Beasley advertiu igualmente que a situação catastrófica vai continuar a agravar-se se a situação económica não melhorar. "Se não injetarmos imediatamente liquidez na economia, não creio que seja suficiente o apoio humanitário para poder fazer frente ao colapso que está a ter lugar", afirmou Beasly, que há três dias concluiu uma visita de três dias ao país árabe. 

O colapso da moeda

O máximo responsável do PMA adiantou que o país precisa de 200 milhões de dólares por mês para evitar a paralisia económica, devido ao colapso da moeda iemenita (o rial), ao aumento dos preços e à falta de trabalho, entre outros. Por seu lado, o secretário-geral-adjunto da ONU para os Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, declarou, na sua intervenção, que nos últimos dias se registou uma redução dos combates no porto estratégico de Hodeida, sob controlo dos rebeldes.

O Iémen é palco de uma guerra desde 2014, entre os rebeldes conhecidos como Huthis, apoiados pelo Irão, e as forças do Presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, que já causou mais de 10.000 vítimas mortais.

Jemen Konflikte
Uma criança com desnutrição aguda severa chora num hospital iemnita na província de Hajjah, noroeste do paísFoto: Getty Images/AFP/E. Ahmed

Desde março de 2015, o governo iemenita é apoiado por uma coligação internacional, que inclui a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.                                             

Os Emirados Árabes Unidos afirmaram na quarta-feira (14.11) que apoiam a convocação "logo que possível" de conversações de paz sobre a crise iemenita. "Congratulamo-nos com a convocação logo que possível de conversações lideradas pela ONU na Suécia", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros dos Emirados, Anwar Gargash, numa mensagem publicada na rede social Twitter.

Na terça-feira, o chefe da diplomacia britânica, Jeremy Hunt, avançou a possibilidade de existirem negociações de paz sobre a crise iemenita até ao final do mês na Suécia, sob a égide das Nações Unidas, organização que tem denunciado que o Iémen vive uma das piores crises humanitárias no mundo.

Fome, doenças e mortes

A guerra está a aumentar a fome e desnutrição no país. Estima-se que haja 1,8 milhões de crianças desnutridas no Iémen, segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Cerca de 400 mil estão em situação de desnutrição grave aguda, ou seja, batalham pela sobrevivência.

A organização não-governamental (ONG) Oxfam Intermón informou no início de novembro que foram registados mais de 1,1 milhões de casos de cólera naquele país nos últimos 18 meses, o que já provocou mais de duas mil mortes. Um surto de difteria matou pelo menos 100 pessoas durante o mesmo período.

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