Israel diz que Irão vai "pagar" após ataques com mísseis
2 de outubro de 2024Um alto funcionário dos EUA já tinha alertado na terça-feira que o Irão estava a preparar um ataque iminente com mísseis balisticos contra Israel.
Poucas horas depois, às 19h30, hora local, mais de 180 mísseis iranianos cruzavam os céus de Telavive. Logo após o soar das sirenes, ouviram-se as primeiras explosões.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu aos cidadãos que obedeçam "estritamente” às diretrizes de segurança impostas no centro do país, pouco depois do alerta norte-americano.
As forças armadas de Israel, pela voz do representante, Daniel Hagari, pediram ao povo para se proteger, assegurando que o sistema de defesa aéreo está pronto para defender o país.
Iranianos na cidade de Teerão, palestinianos na Faixa de Gaza e iraquianos em Bagdad celebraram o ataque a Israel. A celebração chegou à televisão estatal do Irão, onde o apresentador deu a notícia como ato de vingança a Israel.
Israel promete retaliar
Benjamin Netanyahu reagiu ao ataque iraniano como um erro grave e prometeu que Teerão vai retaliar. "O Irão cometeu um grande erro esta noite e vai pagar por ele. O regime do Irão não compreende a nossa determinação em nos defendermos e a nossa determinação em retaliar contra os nossos inimigos", disse.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, fez comentários semelhantes, afirmando que "o Irão não aprendeu uma lição simples: quem ataca o Estado de Israel paga um preço elevado."
As reações internacionais chegaram em uníssono e em total concordânia: Alemanha, Espanha, França, Reino Unido, Japão, Austrália e os EUA colocaram-se ao lado de Israel e condenaram o ataque iraniano.
Joe Biden, Presidente dos EUA, disse que o ataque é intolerável e não deixou de parte uma retaliação conjunta com Israel contra o Irão: "O ataque parece ter sido derrotado e ineficaz. E isto é uma prova da capacidade militar israelita e das forças armadas americanas. É também uma prova do planeamento intensivo entre os Estados Unidos e Israel para antecipar e defender-se contra este ataque descarado."
"Não se enganem, os Estados Unidos apoiam Israel totalmente, totalmente, totalmente", frisou ainda Biden.
A vice-presidente Kamala Harris, que é também a candidata democrata à presidência dos EUA, considerou o Irão uma "força desestabilizadora e perigosa no Médio Oriente" e disse que apoia "totalmente" a "ordem do Presidente Biden para que as forças armadas dos EUA abatam os mísseis iranianos que visam Israel."
Chanceler alemão pede cessar-fogo
O chanceler alemão Olaf Scholz apelou ao Irão e ao Hezbollah para que cessem "imediatamente" os seus ataques contra Israel. "Os ataques com mísseis iranianos contra Israel devem ser condenados com a maior veemência possível", afirmou em comunicado.
"Existe o risco de uma nova escalada da situação já tensa no Médio Oriente. O Irão corre o risco de incendiar toda a região, o que deve ser evitado a todo o custo. O Hezbollah e o Irão têm de parar imediatamente os seus ataques contra Israel", declarou.
Scholz aproveitou a oportunidade para insistir numa trégua. "Juntamente com os nossos parceiros, continuaremos a trabalhar para mediar um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah."
Após o anúncio de todo o apoio internacional, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão anunciou na rede social X que o ataque estava concluído, mas deixou uma ameaça: Se Israel retaliar, a resposta do Irão será mais forte e estrondosa.