Investir em Moçambique já é mais fácil
5 de novembro de 2014Partes da capital, Maputo, são um enorme canteiro de obras. As gruas já fazem parte da paisagem da cidade. A azáfama em Maputo cresce a olhos vistos. Nas ruas da capital moçambicana vêem-se cada vez mais carros, os congestionamentos são uma constante. São resultados do crescimento de mais de sete por cento ao ano do Produto Interno Bruto (PIB) moçambicano. Mas também a melhoria do clima de negócios ajuda a economia a crescer. Dada a facilitação dos procedimentos de aquisição do licenciamento, muitas empresas de construção têm estado a investir em Moçambique.
Uma medida que contribuiu para a melhoria do ambiente de negócios foi a introdução do sistema informático Janela Única Eletrónica, em 2012, que veio reduzir o tempo de desembaraço aduaneiro e custos de transação, como explica João Macaringue, do Instituto para a Promoção de Exportações (IPEX): "O Governo de Moçambique em parceria com a CTA (Confederação das Associações Económicas de Moçambique) tem estado a embarcar num conjunto de profundas reformas, com vista a tornar o ambiente de negócios cada vez mais atrativo".
A mina de oportunidades
Hoje, muitos investidores encaram como Moçambique como uma mina de oportunidades por explorar. A descoberta de recursos naturais despertou o interesse de muitas empresas estrangeiras. Só da Itália, por exemplo, chegaram ao país no leste da África mais de dois mil empresários à procura de oportunidades de negócio.
Lourenço Sambo, do Centro de Promoção de Investimento, não tem dúvidas que o empresariado italiano vai reforçar a sua forte presença em Moçambique: "Eu acredito que a Itália vai subir", pois os grandes investidores como a multinacional petrolífera ENI trazem outras firmas de arrasto.
Reformas são a causa da melhoria
O relatório "Doing Business" do Banco Mundial, recém-publicado, poderá atrair novos investidores. Isto porque certifica a Moçambique uma melhoria forte do ambiente de negócios, sobretudo quando comparado a outros países lusófonos. Desde o último relatório, o país subiu da 139ª posição para o lugar 127 no índice correspondente. Lourenço Sambo entende que esta subida não foi por acaso: "Há um conjunto de reformas e trabalhos que foram feitos para atingir este nível. Nós esperamos que aquele apetite dos investidores continue a aparecer".
Mas há também quem advirta contra demasiada complacência face aos recentes bons resultados. João Macaringue, do IPEX , diz que a nova posição que o país ocupa no relatório do Banco Mundial "Doing Business" não deve satisfazer o país. Macaringue exige mais passos "muito concretos" na remoção das barreiras ao investimento"para a melhoria geral do ambiente de negócios".