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Investidores alemães na Nigéria apostam na infraestrutura

31 de março de 2011

A Nigéria é o segundo parceiro comercial da Alemanha em África, a seguir à África do Sul. Também os investidores alemães esperam, por isso, que as eleições parlamentares e presidenciais em abril sejam transparentes.

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As relações comerciais entre a Nigéria e a Alemanha têm vindo a crescerFoto: Katrin Gänsler

Com cerca de 150 milhões de habitantes, a Nigéria é um dos gigantes africanos. O país concorre com Angola pela primeira posição na exportação africana de petróleo. E está a ganhar cada vez mais importância como fornecedor de gás natural. Não obstante, à escala internacional, a Nigéria permaneceu um anão económico. O rendimento “per capita” é o equivalente a apenas 1300 dólares por ano. Na África do Sul, o valor é seis vezes superior. Para além do petróleo, o país praticamente não tem indústria. Quase tudo tem que ser importado.

As grandes empresas alemãs estão presentes na Nigéria

Ölraffinerie in Nigeria
O petróleo não é a grande aposta dos investidores alemãesFoto: AP

Este cenário de um país com elevados rendimentos auferidos da exploração de petróleo e simultaneamente dependente de importações, atrai os investidores de todo o mundo. A indústria alemã não é exceção. O seu representante na capital, Lagos, André Rönne, reconhece que o rendimentos de petróleo são importantes, mas “para os investidores alemães, a prioridade não são os setores de petróleo e de gás, mas o da construção civil, sobretudo na sua vertente de infraestutura. Os interesses alemães não se concentram no setor da energia».

Na Nigéria estão presentes grandes empresas alemãs, como a construtora Bilfinger-Berger e a sua filial. Julius Berger, assim como a Siemens e outras. Para além da construção civil, os setores de maior interesse para a Alemanha são as telecomunicações, serviços e comércio grossista.

No ano passado, as relações comerciais atingiram um valor de três mil milhões de euros. Os investimentos poderiam ser muito mais elevados, se não fosse o receio que os empresários alemães têm da corrupção galopante. André Rönne considera que as autoridades nigerianas estão a desenvolver um bom trabalho no combate à corrupção: "Não só na luta contra a corrupção na economia, mas também na luta contra a corrupção na política".

A corrupção assusta os investidores

MC Lagos Mopedtaxis
As possibilidades de desenvolvimento das infraestruturas atraem as empresas alemãsFoto: DW

Não é esta a opinião do economista nigeriano, Musa Jega, que mantém que não há indícios relevantes para uma redução da corrupção na Nigéria. Já no setor bancário, salienta, verificaram-se várias reformas profundas. Os bancos nigerianos, ativos em todo o mundo, foram apanhados pelo turbilhão da crise mundial financeira de 2009.

O governador do Banco Central, Sanusi Lamido Sanusi, colocou à disposição do setor quatro mil milhões de dólares, despediu vários diretores de bancos, e colocou os valores tóxicos num chamado "bad bank" para aliviar a finanças do setor. O economista Jega aplaude o banqueiro central, Sanusi : “O que o novo governador está a tentar fazer é introduzir um comportamento ético no setor bancário. As leis apresentavam algumas lacunas que os banqueiros aproveitaram para nos conduzir à situação em que nos encontramos hoje, à beira do precipício».

Autor: Thomas Mösch/Cristina Krippahl

Revisão: António Rocha