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Organização internacional defende diálogo em Moçambique

Fátima Valente23 de outubro de 2013

A Internacional Democrata Centrista está contra uma resposta armada em Moçambique. A suspensão da RENAMO da organização pode, no entanto, não chegar a ser equacionada num cenário de eventual conflito.

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Ministro da Defesa de Moçambique, Filipe Nyusi, visita a antiga base da RENAMO em Satunjira, Gorongosa, Província de SofalaFoto: picture-alliance/dpa

A Internacional Democrata Centrista (IDC), de que a RENAMO, a principal força da oposição de Moçambique é membro, não apoia uma resposta armada ao conflito em Moçambique e defende uma posição contida e por via do diálogo.

Em entrevista à DW África, o euro-deputado Mário David, vice-presidente do Partido Popular Europeu, membro da Internacional Democrata Centrista, afasta, pelo menos para já, uma eventual suspensão da RENAMO, e diz que, perante um eventual conflito armado, a organização teria de avaliar a responsabilidade das hostilidades para uma posição mais extremista.

“Teríamos sempre de ver qual a responsabilidade direta da RENAMO numa situação dessas”, afirma. Para Mário David, “em casos extremos poderia haver suspensões”, mas só depois de “analisar com grande detalhe as razões que teriam levado à escalada de violência”. A Internacional Democrata Centrista está a acompanhar com grande apreensão as últimas 48 horas em Moçambique, desde o anúncio da RENAMO de pôr termo ao Acordo Geral de Paz de 1992, realizado na sequência do ataque das forças governamentais à base do maior partido da oposição nas montanhas da Gorongosa, na província de Sofala.

O contacto da organização com as mais altas instâncias da RENAMO foi estabelecido na terça-feira (22.10) para transmitir uma mensagem de contenção. “Entendemos que a resposta deve ser contida e por via do diálogo para que possa haver uma concertação entre as partes e o país tenha um futuro muito mais risonho”, sublinha o euro-deputado.

Afonso Dhlakama na IDC

Mário David destaca que a situação em Moçambique está a ser acompanhada atentamente, porque está envolvido um ex-vice-presidente da Internacional Centrista – Afonso Dhlakama – e a RENAMO, que é um partido membro da organização. "Esperamos que nestes próximos dias possa haver uma vontade de díálogo", reforça.

No caso do regresso às armas, a RENAMO estaria a ir contra a posição assumida pela Internacional Democrata Centrista, mas na opinião do euro-deputado isso não afeta a imagem da organização. “Não acho que seja minimamente afetada, tal como não acho que o facto de a FRELIMO estar ligada à Internacional Socialista a possa afetar de alguma maneira. Antes pelo contrário: dada a posição assumida pela Internacional Democrata Centrista, julgo que isso só poderá traduzir-se na responsabilidade e na forma como podermos conduzir os eventuais diferendos na cena internacional”, aponta.

A Internacional Democrata Centrista tem sede em Bruxelas e reúne partidos políticos democratas-cristãos e cristãos socialistas.

Internacional Democrata Centrista defende diálogo para a crise em Moçambique

FRELIMO Parteizentrale in Nampula
Para o Presidente Armando Guebuza, a atual tensão político-militar representa um teste aos moçambicanosFoto: Ismael Miquidade
Mosambik Afonso Dhlakama 10.04.2013
Afonso Dhlakama na sua base em Satunjira, ainda antes do ataque das Forças Armadas de Defesa de Moçambique - FADMFoto: Jinty Jackson/AFP/Getty Images
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