Incentivo ao emprego jovem em Moçambique
31 de maio de 2016O desemprego continua a ser preocupante em Moçambique. De acordo com dados publicados em 2013 pela Organização dos Trabalhadores de Moçambique - Central Sindical, mais de 30% da população está desempregada. A maioria é jovem.
Lucas Constantino, de 34 anos, concluiu a 12ª classe em 2001, mas até hoje não conseguiu o seu primeiro emprego. O jovem, natural de Monapo, na província de Nampula, é pai de dois filhos e recorre a pequenos negócios para sobreviver:
"Tenho uma pequena barraca onde vendo recarga de telemóvel", diz. "Mas peço apoio ao Fundo de Apoio a Iniciativas Juvenis (FAIS) para desenvolver o meu negócio - pelo menos 20 mil meticais [quase 320 euros] servem para desenvolver a atividade e, assim, sustentar a família".
Carlos Muquina, de 25 anos, abandonou em janeiro de 2013 a sua terra natal, no distrito de Mocuba, na Zambézia, para procurar emprego: "Com 30 mil meticais [476 euros] vou conseguir ter um aviário e assim vender galinhas e ovos para continuar a ajudar a minha família".
Como funciona o auxílio?
Para ter direito à ajuda do FAIS é necessário apresentar projetos que possam gerar rendimentos para os jovens e seus familiares.
Segundo Raúl Cachimo, diretor provincial da pasta da Juventude e Desportos de Nampula, estão disponíveis 800 mil meticais (cerca de 12.700 euros) para o efeito. "Vamos continuar a financiar os jovens de modo a que o auto-emprego e a sustentabilidade sejam mais eficazes", diz Cachimo.
Antes de receberem o financiamento, os jovens beneficiam de uma formação, inserida no programa de educação financeira do Instituto Nacional da Juventude.
"A educação financeira é importante para que os jovens possam tomar decisões responsáveis e refletidas sobre o correto uso dos seus recursos", afirma Elias William, daquela instituição.
No ano passado, 25 mil jovens formaram-se em educação financeira nas cidades de Maputo e Matola, no sul do país. Parte deles beneficiou de apoio do Governo.