Ilha do Ibo: Beleza natural e lugar de opressão no período colonial
A Ilha do Ibo, em Cabo Delgado, guarda muitos vestígios do período colonial português em Moçambique. E também é um destino de belezas naturais, entretanto pouco aproveitado atualmente pelos turistas.
Ilha histórica
Ibo está a 80 km de Pemba, dentro do Parque Nacional de Quirimbas, na província de Cabo Delgado. É vila mais antiga de Moçambique e foi um dos locais que testemunhou o período de brutalidade da Polícia Internacional de Defesa do Estado (PIDE), contra todos aqueles suspeitos de cooperar com a FRELIMO. Serviu igualmente de um dos grandes entrepostos comerciais de escravos e exportação de café.
Segredos escondidos
A fortaleza de São João Baptista possui um enorme acervo de documentos utilizados durante a dominação colonial portuguesa. Um arquivo condenado ao desaparecimento devido às condições precárias de conservação. Esses documentos podem esconder segredos da administração colonial, bem como sobre o número e a identidade das vítimas da brutalidade da PIDE.
O rosto do Ibo
Com 91 anos de idade, João Baptista é o homem mais velho e o ícone da ilha do Ibo. Terceiro oficial da administração estatal, agora reformado, sabe de tudo e de todos que passaram pela ilha. Para qualquer pesquisador interessado em conhecer a real história do arquipélago, a figura de João Baptista torna-se fulcral. Foi ele quem deu significado ao nome IBO – Ilha bem Organizada.
Perigo eminente
Vários antigos edifícios da ilha do Ibo encontram-se em avançado estado de degradação, com risco de desabar a qualquer momento. Mesmo assim, ainda há famílias a residirem nesses locais. A maioria dos edifícios acabaram por desmoronar.
Vista para o mar
A partir de estâncias turísticas é possível enxergar a bela paisagem à volta da costa da ilha do Ibo. Aqui se pode ver várias espécies marinhas, efetuar o mergulho nas suas águas cristalinas e praticar a pesca desportiva.
Queda no turismo
Os constantes ataques no norte da província de Cabo Delgado têm afugentado os turistas na ilha do Ibo. Atija Bacar é gerente de uma loja de artesanato e queixa-se do movimento fraco: "Não há clientes".
O ganha-pão do povo do Ibo
A pesca é o principal rendimento dos residentes da ilha do Ibo. A atividade é praticada por pessoas de todas as faixas etárias e ambos os sexos, servindo para a alimentação das famílias e garantir a educação aos filhos. Francisco Satar é um vendedor de marisco na ilha e diz que está feliz com este trabalho.