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Chefe da Polícia é assassinado no norte de Moçambique

Lusa / tm8 de setembro de 2016

A polícia atribui o ataque à RENAMO. Presidente Filipe Nyusi acusa o partido de opoisção de promover matanças e de querer destruir as conquistas da independência do país.

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Foto ilustrativa. Polícia da República de MoçambiqueFoto: E. Valoi

Um ataque de dez homens armados matou nesta quinta-feira (08.09) o chefe do posto policial de Luluti, na província de Nampula, norte de Moçambique. Segundo informações da polícia, o crime é de autoria da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), maior partido de oposição no país.

O porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula, Zacarias Nacute, disse à agência Lusa que o ataque ocorreu durante a madrugada naquele posto administrativo do distrito de Mogovolas e foi dirigido por dez homens do braço armado da oposição, que se colocaram depois em fuga.

O chefe do posto policial, segundo Nacute, foi atingido mortalmente quando se dirigia para a sua residência, tendo os outros agentes do posto policial acorrido ao local quando ouviram os tiros e iniciado, sem sucesso, uma perseguição aos atacantes.

"A situação de ordem e segurança pública foi mantida e a população está a circular normalmente", afirmou Nacute à agência de notícias Lusa.

Crise militar

A crise militar em Moçambique tem atingido sobretudo as quatro províncias do centro do país (Sofala, Manica, Tete e Zambézia), mas no início de agosto o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, admitiu a autoria de dois ataques na província de Niassa, norte do país, alegando que pretendia abrir uma frente para dispersar as forças que se concentram junto do local onde supostamente se encontra, algures na serra de Gorongosa.

As hostilidades coincidem com as seis províncias no centro e norte do país onde o partido da oposição reivindica vitória nas eleições gerais de 2014, acusando a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, de ter cometido fraude.

Mosambik RENAMO Gewalt in Nhampoca
Moradores carregam o que podem para sair do povoado de Nhampoca, em Sofala. Ataque armado deixou dois mortos, na última sexta-feira (02.09)Foto: DW/A. Sebastiao

Os ataques armados atribuídos à RENAMO, segundo as autoridades moçambicanas, são cada vez mais frequentes. No último fim de semana, o régulo do povoado de Nhampoca e o chefe do posto administrativo de Tica, na província de Sofala, foram raptados e mortos a tiro por homens armados que invadiram a comunidade.

Por causa deste crime, os moradores do povoado de Nhampoca, deixaram as suas casas na segunda-feira (05.09), com medo de sofrerem com a violência que toma conta da região.

Retrocesso

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, acusou nesta quarta-feira (07.08) a RENAMO de promover matanças e de querer destruir as conquistas da independência do país.

"São atos de alguns moçambicanos que pretendem destruir o que foi ganho com sacrifício e construído pedra a pedra ao longo dos 41 anos da nossa independência", afirmou o chefe de Estado em Pemba, província de Cabo Delgado, na cerimónia central de celebração dos acordos de Lusaca, que a 07 de setembro de 1974 terminaram dez anos de guerra entre a FRELIMO e as forças coloniais portuguesas.

Nyusi disse que "os ataques da RENAMO mais uma vez desestabilizam a governação e continuam a impedir o desenvolvimento do país", além de atingirem as populações.

As negociações de paz, com a participação de mediação internacional, são retomadas a 12 de setembro, em Maputo.

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