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Homens armados atacam comboio no centro de Moçambique

Arcénio Sebastião (Beira)
4 de março de 2021

Caminhos de Ferro de Moçambique confirmam ataque a comboio que transportava carvão mineral na linha de Sena, na província de Sofala. Maquinista ficou gravemente ferido.

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Foto de arquivo (2010): Comboio na estação de MuanzaFoto: Getty Images/AFP/G. Guercia

Indivíduos desconhecidos dispararam vários tiros contra um comboio de carga na manhã desta quinta-feira (04.03), ao longo da linha de Sena. O acidente aconteceu entre os distritos de Cheringoma e Muanza, na província de Sofala, centro de Moçambique.

O maquinista foi ferido no ombro com gravidade e está a receber cuidados médicos num hospital local. O ataque foi confirmado esta manhã pelo diretor ferroviário da empresa Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) na região centro. "Confirmo que às 6h10 de hoje, um comboio carregado de carvão saindo de Moatize para a Beira, entre Mazamba e Condue [foi atacado]", precisou Boaventura Mahave.

"O maquinista foi atingido por um projétil e socorrido imediatamente no apeadeiro de Condue e depois no hospital distrital de Muanza", acrescentou o responsável.

Segundo Boaventura Mahave, a vítima está consciente e a receber cuidados sanitários: "Felizmente, tive a oportunidade de conversar com o próprio maquinista. Ele está consciente e ainda serão necessários alguns exames. Foi atingido no ombro e está entregue às autoridades policiais".

Autoridades conduzem buscas no terreno

O diretor ferroviário dos CFM diz que o maquinista não conseguiu identificar os autores dos disparos contra a locomotiva: "Ele não viu nada. Pensou que fosse um descarrilamento", explica.

Segundo Boaventura Mahave, as autoridades policiais estão no terreno para encontrar os atacantes. Para já, a polícia em Sofala não se quis pronunciar sobre o assunto, mas prometeu fazê-lo oportunamente.

O comboio atingido era da mineradora ICVL. A empresa Caminhos de Ferro de Moçambique informa que a circulação na via decorre normalmente.

A linha de Sena foi palco de sucessivos ataques armados contra comboios de carga entre os anos 2014 e 2017. Na altura, as autoridades acusaram homens armados da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) de estarem por trás dos ataques. Afonso Dhlakama liderava então o maior partido da oposição. Os principais alvos eram locomotivas da empresa mineira de carvão Vale Moçambique, que chegou a suspender a circulação na região por temer os ataques armados.

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