1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Harmonia e escaramuças marcam primeira semana de caça ao voto em Moçambique

Nuno de Noronha11 de novembro de 2013

A campanha eleitoral para as autárquicas em Moçambique começou na terça-feira passada, em plena agitação social e militar. Mas tudo decorre dentro da normalidade, considera um responsável do jornal A Verdade.

https://p.dw.com/p/1AFaS
MDM em campanha na cidade de Maputo. O seu candidato aqui é Venâncio MondlaneFoto: DW/R. da Silva

Segundo Adérito Caldeira, diretor-adjunto do jornal A Verdade, parceiro da DW, a campanha eleitoral, que segue no sexto dia, está a decorrer em todo o país com normalidade tendo-se registado apenas alguns incidentes pontuais de menor importância: "Até agora está a correr relativamente bem, tem havido poucas confrotações. Há alguns relatos de pequenas confrotações de simpatizantes de um partido que destrói algum tipo de material de propaganda e um outro reage... "

Caldeira relata também a harmonia na caça ao voto: "Temos indicações de que caravanas de partidos opostos se cruzaram e ter havido muita festa, muita comemoração."

Porém, de acordo com Adérito Caldeira, na Gorongosa, na província central de Sofala, ainda se vivem alguns temores: "No Município da Gorongosa, que é muito próximo da zona em que estamos a viver alguma tensão militar, há uma relativa tensão no ar. "

Mas nos restantes 52 Municípios a campanha tem estado a decorrer normalmente, segundo o diretor-adjunto do jornal A Verdade: "Os potenciais eleitores participam mais, outros menos, outros ainda questionam mais os candidatos ou não. Esta tensão que temos na zona centro ainda não está a afetar, pelo menos em termos visiveis, a campanha."

Wahlkampf David Simango FRELIMO
David Simango recandidata-se ao cargo de presidente do Muncicípio de Maputo pela FRELIMOFoto: DW/R. da Silva

Escaramuças sem grande relevância?

Segundo fonte policial em declarações esta segunda-feira (11.11) à agência de notícias Lusa, pelo menos nove membros do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) foram detidos, em Manica e Chimoio, na província central de Manica, por ilícitos eleitorais durante a campanha.

Por outro lado, têm chegado às redações várias informações de quezílias entre partidos, nomeadamente entre a FRELIMO, o partido no poder, e o MDM, mas que segundo Adérito Caldeira têm pouca relevância: "Basicamente é alguém que colou o cartaz por cima de outro cartaz, ou uma outra pessoa que estava a colar um cartaz e foi arrancado, há o registo de uma caravana do MDM que estava a passar perto de uma sede da FRELIMO e alguém atirou uma pedra, mas são coisas muito pontuais."

Moçambique prepara-se para ir às urnas para as quartas eleições autárquicas no país no dia 20 de novembro, um ano antes das eleições legislativas e presidenciais que deverão acontecer em outubro de 2014.

Segundo o Diretor Adjunto do Jornal A Verdade, nota-se nesta campanha uma mudança no discurso político, que é agora mais pautado por promessas eleitorais invés da habitual troca de acusações entre os partidos políticos: "Pela primeira vez na nossa curta história de democracia vemos uma campanha feita à volta de manifestos e promessas do que propriamente em troca de acusações como foi em alguns processo anteriores."

Mosambik Führer der Oppositionspartei RENAMO Afonso Dhlakama 2008
Afonso Dhlakama, líder da RENAMO. Para participar nas eleições o partido exige primeiro a paridade na composição da CNEFoto: picture-alliance/dpa

Ataques no dia da votação são uma possibilidade

Na corrida às autárquicas estão 14 partidos políticos e cinco organizações da sociedade civil. Mas a RENAMO, o segundo maior partido com assento parlamentar, não apresentou candidatos, afastando-se do ato eleitoral contra a "alegada parcialidade" da Comissão Nacional de Eleições a favor da FRELIMO.

Adérito Caldeira frisa que a falta da RENAMO na disputa eleitoral não está a perturbar a população, que segundo dados oficiais, se recenseou em massa: 85% do potencial de eleitores está registado: "Vários membros do MDM, a começar pelo seu próprio presidente, eram membros da RENAMO. Penso que o MDM até por não ter este passado militar, poderá eventualmente ser uma alternativa. Isso veremos depois do dia 20."

Adérito Caldeira não descarta a hipótese de acontecerem incidentes por parte da RENAMO ou de grupos armados durante os próximos dias ou no próprio dia das eleições, mas segundo este jornalista moçambicano não existe perigo fora da zona centro de Moçambique.

Para quem quiser acompanhar a informação sobre a campanha em cada Município, que termina no domingon (17.11.), pode consultar a página do jornal A Verdade no site especial www.eleicoes.org.mz .


Harmonia e escaramuças marcam primeira semana de caça ao voto em Moçambique