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Guiné-Bissau tem 13 candidatos à presidência

14 de fevereiro de 2012

Na véspera do prazo final para entrega das candidaturas, quatro aspirantes ao cargo passaram pelo Supremo Tribunal de Justiça para oficializar intenção de concorrer. Entre eles, estava o ex-presidente Kumba Ialá.

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Há quase três anos vivendo intensificação de instabilidade política, Guiné-Bissau terá eleições presidenciais antecipadas em março
Há quase três anos vivendo intensificação de instabilidade política, Guiné-Bissau terá eleições presidenciais antecipadas em marçoFoto: Creative Commons/Teseum

Kumba Ialá juntou centenas de apoiantes à porta do Supremo Tribunal de Justiça, em Bissau, e leu o manifesto da sua candidatura. O extenso documento continha as intenções do ex-presidente em relação a áreas como saúde, Justiça, meio ambiente, economia e educação.

Para Kumba Ialá, a Justiça é condição essencial para o restabelecimento da paz e da estabilidade da Guiné-Bissau, que desde o assassinato do ex-presidente Nino Vieira e do chefe do Estado Geral das Forças Armadas, Tagmé Na Waié, em março de 2009, vive situações recorrentes de instabilidade política.

As eleições presidenciais antecipadas foram convocadas após a morte, em janeiro, do presidente Malam Bacai Sanhá, depois de doença prolongada.

Crise insustentável

Entre as propostas do ex-presidente Kumba Ialá – atualmente líder da oposição na Guiné-Bissau – estão a reforma e modernização do estado, que o atual líder da oposição diz querer tornar mais moderno, eficaz e transparente – por exemplo, reduzindo o número de deputados. Ialá também listou entre suas promessas a implementação de um desenvolvimento sustentável.

Kumba Ialá prometeu, caso seja eleito nas presidenciais marcadas para 18 de março, exercer as funções com "total independência e no respeito escrupuloso pela Constituição".

Kumba Ialá, líder da oposição e antigo presidente, depositou em 14.02 candidatura ao cargo mais alto do país
Kumba Ialá, líder da oposição e antigo presidente, depositou em 14.02 candidatura ao cargo mais alto do paísFoto: picture-alliance/dpa

"Candidato-me à Presidência da República por considerar que o meu país atravessa uma crise cada vez mais insustentável, de mais de três décadas, e por ter a consciência de que posso e tenho o dever de dar o meu melhor para ajudar a ultrapassá-la. Tenho uma ideia para a Guiné-Bissau e confio no meu povo", afirmou.

Kumba Ialá foi presidente da Guiné-Bissau entre 2000 e 2003, quando foi deposto por um golpe militar em 14 de setembro.

Mais três candidatos

Afonso Té, do Partido Republicano da Independência para o Desenvolvimento (PRID), juntou algumas dezenas de apoiantes à porta do Supremo, e garantiu que a maior parte dos militantes do partido o apoiam, apesar de a direção do PRID não o reconhecer.

Depois, foi o empresário Vicente Fernandes a entregar as cinco mil assinaturas necessárias para a candidatura. Minutos antes de Kumba Ialá, foi também Luís Nancassa, presidente do Sindicato Nacional dos Professores, a candidatar-se formalmente ao Executivo do país ocidental africano. "Candidatamo-nos porque entendemos que os guineenses precisam de ser 'um só'", disse Nancassa, ao oficializar a intenção de concorrer.

Questões sobre a constitucionalidade de candidatura do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior (foto) causaram controvérsia
Questões sobre a constitucionalidade de candidatura do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior (foto) causaram controvérsiaFoto: DW

"Se começarmos a diferenciar os guineenses pela cor e pela raça, ou pelo poder econômico, nunca mais teremos a Guiné-Bissau", disse.

Primeiro-ministro

Nos últimos dias, fala-se muito da candidatura do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, que, assim que começasse com a campanha eleitoral e "por uma questão de ética", disse que entregaria funções à Ministra da Presidência do Conselho de Ministros, Adiato Djaló Nandigna.

Nandigna é também diretora de campanha eleitoral do PAIGC, o partido no poder e que apoie a candidatura de Carlos Gomes Júnior.

Caso ganhe as eleições, Carlos Gomes Júnior terá de se demitir do cargo de primeiro-ministro.

Autor: Braima Darame (Bissau) / Lusa
Edição: Renate Krieger  / Helena Ferro de Gouveia

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