1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Guiné-Bissau/Eleições: Jovens querem país ao mais alto nível

Lusa
22 de maio de 2023

Jovens guineenses que vão votar pela primeira vez, nas eleições legislativas de 04 de junho, esperam que o seu voto traga o desenvolvimento e defendem a paz.

https://p.dw.com/p/4ReVH
Foto: João Carlos/DW

Aissatu Djaló está feliz por poder votar pela primeira vez no próximo dia 04 de junho no âmbito das eleições legislativas e acredita que vai "ajudar a desenvolver a Guiné-Bissau".

Líder juvenil no liceu Rui Barcellos Cunha de Bissau, Aissatu, de 18 anos, disse à Lusa que está ansiosa para que chegue o dia 04 de junho porque quer ver a Guiné-Bissau "ao mais alto nível".

"Quero que o meu voto ajude na mudança do nosso país. Quero ver a população feliz", afirma a jovem, no meio dos preparativos para uma deslocação de um grupo de estudantes a Gabu, para um intercâmbio com os alunos de um liceu daquela cidade situada a mais de 200 quilómetros de Bissau.

Orgulho de votar pela primeira vez

O sentimento de felicidade de Aissatu é aquele que invade os outros jovens abordados pela Lusa em alguns bairros de Bissau.

São os casos de Kelvin Sisto Có, Rusla Cadjidatu Cunha, Buna Djaló e Abel Nanque, todos orgulhosos por poderem votar, pela primeira vez, no próximo dia 04 de junho.

Os jovens, todos com 18 anos, querem que a Guiné-Bissau "tenha escola, saúde, emprego e comida barata para a população" e prometem votar "naqueles que dizem que vão fazer tudo isso".

Vestido de calças parecidas com farda militar, Kelvin Sisto Có, diz que vai votar em quem vai enfrentar a crise que assola o país.

"É a primeira vez que estou recenseado e vou votar para escolher quem eu quero como Governo. Quero desenvolvimento socioeconómico e político do nosso país", defende Kelvin Có, que também quer eleger "alguém que arranje bolsa de estudo para que os jovens possam estudar lá fora".

Guineenses em Portugal protestam contra "regime de Sissoco"

Jovens querem a paz

No dia em que se foi recensear em Bissau, Kelvin disse ter-se sentido como um cidadão, "um guineense no coração e com maturidade para votar", a mesma felicidade que espera ter no dia da votação, mas sem dissabores provocados por aqueles que perderem as eleições, diz.

"Quem perder que saiba que só um é que pode vencer, mas será sempre a Guiné-Bissau que ganhou. Que pautem pela paz, não pela guerra", refere Kelvin Có.

Rulsa Cadidjatu Cunha espera que o seu voto ajude a trazer para o país tudo o que os outros jovens auguram a partir das eleições de 04 de junho, mas gostaria de ver no Governo "aquela pessoa que é o espelho e que vai transformar a Guiné-Bissau num paraíso", diz, a sorrir.

Rulsa pede aos derrotados nas eleições que aceitem o veredito das urnas e lembra que quem vencer "será pelo destino de Deus", vincou.

"Quem perder que não traga a guerra, que se conforme, que venha com o diálogo, porque a guerra só atrasa o país", reforça a jovem, que quer ser advogada.

Simões Pereira promete luta cerrada contra autoritarismo

Voto no partido que aposta na juventude

As eleições ainda não chegaram, mas Buna Djaló já sabe em quem vai votar.

"É o partido que fala muito sobre a juventude, universidade, emprego jovem, são coisas que eu quero, por isso vou votar nesse partido", declara Buna, que quer a Guiné-Bissau "a arrancar de verdade, porque atualmente está parada".

Adepto do futebol, Buna reforça que se naquele desporto é possível perder, ganhar e empatar, já nas eleições, observa, só existe vitória e derrota e "aquele que não ganhar terá de se conformar".

Abel Nanque prepara-se para votar pela primeira vez para escolher "um líder que faça uma boa governação" e espera que o próximo primeiro-ministro eleve o nível do país.

"Após as eleições gostaria de ter um nível de desenvolvimento como outros países, por exemplo, Senegal, Costa de Marfim, Argélia, e outros países, que haja formação para todo o mundo, que haja emprego para que não haja delinquência no país", exorta.

O único jovem que aceitou falar em português pede aos políticos que tenham "misericórdia do povo", que diz ser humilde e apela ainda aos que perderem as eleições para se conformarem com a derrota.

Os partidos nos quais os cinco jovens irão votar é um assunto guardado para cada um. Guardados estão também os seus cartões de eleitores e em "lugares seguros" à espera do dia 04 de junho.   

Amílcar Cabral e a importância da educação para a libertação