Bissau: Ala do Madem G-15 fiel a Camará marca congresso
24 de agosto de 2024Em comunicado, a que a Lusa teve acesso, a ala do Madem leal a Camará, que se considera líder legítimo do partido, diz ter tomado a decisão na reunião da Comissão Política realizada na quinta-feira (22.08), em Bissau.
Entre os pontos constantes das resoluções finais da Comissão Política, ficou decidido realizar o primeiro congresso extraordinário do Madem G-15 nos dias 07 e 08 de setembro, em Bissau.
O congresso terá como lema: "Reforçar a unidade e coesão do partido na defesa dos estatutos e da democracia interna" e terá como presidente de organização, Abel da Silva, secretário nacional do Madem.
A acontecer, será um outro congresso extraordinário do mesmo partido, já que, no dia 17, uma outra ala realizou a mesma reunião magna em que os militantes anunciaram a eleição da veterana para a luta pela independência da Guiné-Bissau, Satu Camará, de 76 anos, líder, aumentando ainda mais a tensão política em Bissau.
Braima Camará, eleito no último congresso ordinário do Madem, em 2022, para um mandato de quatro anos, considera aquele congresso de "piquenique e um golpe" para o tirar da liderança do partido.
Braima Camará tem anunciado que aguarda "para ver" se o Supremo Tribunal de Justiça irá "proceder à anotação do dito congresso" extraordinário da ala, agora liderada por Satu Camará.
O Madem, criado em 2018, por dissidentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), está profundamente dividido em duas alas, uma que declarou apoio ao Presidente da Guiné-Bissau e outra hostil a Umaro Sissoco Embaló.
As divergências acentuaram-se a partir do momento em que Braima Camará anunciou que não apoia Sissoco Embaló para um segundo mandato presidencial enquanto este não o solicitar ao Conselho Nacional do partido.
Embaló afirmou que ainda não pediu apoio a nenhum político ou partido para uma eventual corrida ao segundo mandato presidencial.