Guiné-Equatorial já pediu ajuda internacional
8 de março de 2021O Presidente da Guiné Equatorial Teodoro Obiang disse, esta segunda-feira (08.03), que irá reunir de emergência o Governo para analisar as medidas de apoio às vítimas das explosões, que ocorreram este domingo (07.03), num quartel militar na cidade de Bata.
A informação, que está a ser divulgada pela televisão pública, TVGE, e pelo jornal AhoraGE, próximos do Governo, foi avançada pelo chefe de Estado, durante uma sessão pública, em Malabo, durante a qual tomou a segunda dose da vacina contra a covid-19.
Estas foram as primeiras declarações em público de Teodoro Obiang sobre as explosões que, segundo o balanço preliminar, deixaram pelo menos 31 mortos e 600 feridos. A ausência pública do Presidente perante a catástrofe e a falta de informação sobre os acontecimentos já foram criticadas pela oposição.
Explosões acidentais
Esta segunda-feira (08.03), Teodoro Obiang disse-se preocupado e apelou à população para que se evitem atos que promovam a insegurança no país.
"Por vezes as pessoas acreditam que a paz é um efeito da ausência de guerra, mas o que temos vivido em Bata pode ser considerado como parte da guerra", disse.
O chefe de Estado assinalou o balanço provisório de vítimas, entre mortos e feridos com vários graus de gravidade, considerando que resultaram da "ignorância, imprudência e malícia" daqueles que conheciam "o perigo de ter este material [alegadamente dinamite] depositado perto das munições".
Após os acontecimentos, o gabinete da Presidência emitiu um comunicado, ainda no domingo, que foi lido na televisão estatal, e em que o Chefe de Estado explicou que as explosões foram acidentais e fruto de negligência, e garantiu que os responsáveis serão investigados e punidos. No mesmo comunicado, Obiang apelou à comunidade internacional para que apoie o país.
Ajuda internacional
O embaixador da Guiné Equatorial em Lisboa, Tito Mba Ada, confirmou, entretanto, que já pediu oficialmente ajuda de emergência a Portugal e aos restantes membros da CPLP.
"Neste momento tudo serve. Pode ser ajuda humanitária, equipas médicas, pessoal, alimentação, material médico - porque há muita gente ferida - medicamentos, material logístico, apoio psicológico", disse o embaixador, acrescentando que é também preciso evitar a propagação de doenças entre as populações que ficaram desalojadas.
Em resposta, Portugal indicou que o apoio "será equacionado em coordenação com a comunidade internacional, nomeadamente no quadro das Nações Unidas e da União Europeia".
Solidariedade
Também esta segunda-feira (08.03), numa carta dirigida ao ministro das Relações Exteriores e Cooperação da Guiné Equatorial, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), da qual a Guiné Equatorial é Estado-membro, manifestou apoio e solidariedade às autoridades do país.
Já o presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, usou a sua conta na rede social Twitter para lamentar o sucedido.
"As nossas mais sinceras condolências às famílias das vítimas e aos seus entes queridos, bem como ao povo e Governo da Guiné Equatorial na sequência das terríveis explosões em Bata", escreveu.