Lista do novo Governo guineense sem nome para a diplomacia
2 de junho de 2016
O porta-voz da presidência guineense, Fernando Mendonça, anunciou a lista do Governo liderado por Baciro Dja, composta por 31 elementos, entre ministros de Estado, ministros e secretários de Estado, mas sem qualquer menção ao chefe da diplomacia.
Botche Candé, dirigente do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC), foi apresentado como novo ministro do Interior da Guiné-Bissau no Governo a ser liderado por Baciro Dja, um dos deputados dissidentes do partido.
O decreto presidencial que anunciou o nome de Botche Candé para o cargo de ministro do Interior indicou-o a categoria de ministro de Estado.
A nomeação de Candé para a pasta do Interior constitui surpresa pelo facto de este ser um destacado dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), partido que se encontra em rutura com o Presidente guineense, José Mário Vaz.
Botche Candé é até aqui, o coordenador das estruturas do PAIGC para a provincia leste da Guiné-Bissau.
Novo Governo
O novo Governo da Guiné-Bissau, conta com 19 ministros, três dos quais ministros de Estado e 12 secretários de Estado.
O Governo é chefiado por Baciro Dja e devera tomar posse ainda hoje perante o Presidente guineense, José Mário Vaz.
O Governo é formado essencialmente por dirigentes do Partido da Renovação Social (PRS), oposição e dissidentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) em rota de colisão com a direção do partido liderado por Domingos Simões Pereira.
O nome do ministro dos Negócios Estrangeiros não foi anunciado, nem avançado o motivo.
Lista completa dos membros do novo Governo guineense:
Baciro Dja, Primeiro-ministro
Florentino Mendes Pereira, ministro de Estado, da Energia e Indústria;
Aristides Ocante da Silva, ministro de Estado, da Presidência do Conselho de Ministros e dos Assuntos Parlamentares;
Botche Candé, ministro de Estado e do Interior;
Henrique Horta dos Santos, ministro da Economia e Finanças;
Epifânio Carvalho de Melo, ministro dos Recursos Naturais;
Eduardo Costa Sanha, ministro da Defesa Nacional e dos Combatentes da Liberdade da Pátria;
Victor Gomes Pereira, ministro da Comunicação Social;
Malam Banjai, ministro das Obras Públicas, Construções e Urbanismo;
Domingos Maiú, ministro da Saúde;
Sandji Fati, ministro da Educação, Ensino Superior e Investigação Científica;
Rui Nene Djata, ministro da Agricultura e do Desenvolvimento Rural;
Maria Evarista de Sousa, ministra da Mulher, Família e Coesão Social;
Luís Olundo Mendes, ministro da Justiça;
Tumane Balde, ministro da Função Pública, Trabalho e Segurança Social;
António Serifo Balde, ministro do Comércio e Artesanato;
Fernando Correia Landim, ministro das Pescas;
Sola Nquilim Nabitchita, ministro da Administração Territorial;
Tomas Gomes Barbosa, ministro da Juventude, Cultura e Desportos;
Malam Jaura, ministro do Turismo.
Secretários de Estado:
Domênico Sanca, secretário de Estado do Plano e Integração Regional;
Marcelino Simões Lopes Cabral, secretário de Estado da Ordem Pública;
José Adelino Vieira, secretário de Estado ao Orçamento e Assuntos Fiscais;
Orlando Mendes Viegas, secretário de Estado do Tesouro:
Augusto Poquena, secretário de Estado da Cooperação Internacional e das Comunidades;
Iracema do Rosário, secretária de Estado dos Combatentes da Liberdade da Pátria;
Fidélis Forbes, secretário de Estado dos Transportes e Telecomunicação;
Braima Malam Djassi, secretário de Estado do Ordenamento do Território;
Gina Sanca, secretária de Estado do Ensino Superior e da investigação Científica;
Maria Inácia Có, secretária de Estado da Gestão Hospitalar:
Mário Lopes Martins, secretário de Estado da Segurança Alimentar;
Bernardo Braima Mané, secretário de Estado do Ambiente.
UEMOA recomenda respeito pela Constituição da Guiné-Bissau
Uma missão de mediação da crise política na Guiné-Bissau, composta por deputados de alguns países da Africa Ocidental, apelou esta quinta-feira (02.06.) aos atores guineenses no sentido de respeitarem a Constituição do país e ainda promoverem "um diálogo inclusivo franco".
A missão do comité interparlamentar para a paz do conselho de prevenção de riscos de crise na Africa Ocidental terminou uma visita de quatro dias a Bissau onde se encontrou, com o Presidente guineense, José Mário Vaz, com a direção do Parlamento, do Supremo Tribunal de Justiça entre outros responsáveis políticos.
Lancine Dasso, chefe da missão, afirmou que foram à Bissau, a mando do comité interparlamentar da UEMOA (União Económica e Monetária da Africa Ocidental) para auscultarem as autoridades e avaliar os motivos do impasse político.
"Há um grande défice de comunicação entre os atores políticos na Guiné-Bissau, mesmo entre o Presidente da República, com o primeiro-ministro, entre os dirigentes das instituições e de partidos", observou Lancine Dasso, que vê no respeito da Constituição e das leis como fórmula para ultrapassar a crise.
Lancine Dasso entende que uma cimeira de alto nível entre os principais atores políticos poderia ajudar a resolver "o impasse e o bloqueio", desde que seja de forma "franca, inclusiva e patriótica", disse.
"Há uma radicalização de posição. Cada parte pensa que tem a razão do seu lado", sublinhou Dasso, para quem a situação na Guiné-Bissau "é grave".