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EducaçãoAngola

Greve dos professores: Sindicato pede intervenção de JLo

José Adalberto
3 de março de 2022

O Sindicato dos Professores do Ensino Superior diz que não se registaram avanços significativos nas negociações. Governo angolano afirma que já começou a responder às preocupações dos docentes, em greve há dois meses.

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Foto: Borralho Ndomba/DW

O braço de ferro entre o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) e o Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (SINPES) levou este último a solicitar a intervenção direta do Presidente da República, João Lourenço, "tendo em conta os impasses por parte do Ministério em não apresentar a contra proposta salarial enviada ao governo", explica Peres Alberto, secretário-geral do SINPES.

Peres Alberto, secretário-geral do SINPES
Peres Alberto, secretário-geral do SINPESFoto: José Adalberto/DW

A causar o impasse estão a proposta do aumento salarial dos docentes, a eleição dos gestores das universidades públicas e o pagamento da dívida contraída pelo Executivo aos docentes, fruto da não atualização de categorias profissionais.

O presidente do Movimento Nacional de Jovens Universitários de Angola (MNJUA), José Sequeira, diz que os estudantes acompanham a greve com muita apreensão e também estão a contar com a intervenção do Presidente da República para a solução da crise.

"Os departamentos ministeriais devem fazer a sua parte, mas se efetivamente há um bloqueio diante de alguns departamentos ministeriais, não é de todo mau que sua excelência o Presidente da República se pronuncie sobre isso", defende.

José Sequeira, presidente do Movimento Nacional de Jovens Universitários de Angola
José Sequeira, presidente do Movimento Nacional de Jovens Universitários de Angola Foto: José Adalberto/DW

Prejuízos para os estudantes

Preocupado com a greve por tempo indeterminado, decretada a 3 de janeiro, o estudante  Ângelo Monteiro, que frequenta o curso de Engenharia de Petróleos na Faculdade de Engenharia da Universidade Agostinho Neto, receia prejuízos académicos para os estudantes.

"A grande preocupação que se coloca até ao momento, se por acaso retomarem as aulas, é qual seria, exatamente, o mecanismo que poderá ser usado para o ajustamento do calendário do semestre?", questiona.

Entretanto, o secretário de Estado para o Ensino Superior de Angola, Eugénio da Silva, garantiu esta semana que o Executivo já resolveu grande parte das questões apresentadas pelo SINPES.

"Quanto ao salário, há uma proposta que está em cima da mesa e que vai ser analisada no âmbito da política salarial adotada pelo Executivo. Portanto, é neste contexto que o exercício se transfere para a esfera de outro ministério que vai assumir o trabalho", acrescentou o responsável.

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