Governo orgulha-se de novas estradas, RENAMO pede mais
19 de outubro de 2022O primeiro-ministro moçambicano esteve esta quarta-feira (19.10) no Parlamento a responder às perguntas dos deputados das três bancadas. Além da situação económica, a oposição questionou a política de infraestruturas do Governo.
Adriano Maleiane garantiu aos deputados que o Executivo tem estado a desenvolver diversas ações para o crescimento da economia do país. Lamentou, porém, que os esforços do Governo estejam a esbarrar no terrorismo, nas alterações climáticas e nas subidas frequentes dos preços globais dos combustíveis e dos cereais devido à guerra na Ucrânia.
"Apesar destes desafios, a economia do nosso país continua a registar uma tendência de desempenho positivo, como atesta o crescimento do Produto Interno Bruto de 4,14%, no primeiro trimestre, e de 4,59%, registado no segundo trimestre", afirmou Maleiane, sublinhando ainda que o seu Executivo tem conseguido "conter a inflação".
O primeiro-ministro sublinhou que o bom desempenho da economia de Moçambique foi impulsionado pelos setores da agricultura, pesca, turismo, transportes e indústria transformadora: "Esta tendência positiva de crescimento da nossa economia é reflexo das ações e medidas que o Governo tem vindo a tomar em vários setores económicos e sociais, aliadas às medidas de controlo da Covid-19 a nível global e no país, em especial a vacinação massiva contra esta doença."
Reabilitação das estradas
O ministro das Obras Públicas e Habitação, Carlos Mesquita, salientou a reabilitação das principais estradas em Moçambique, em particular a EN1, que liga o norte e sul do país.
"No âmbito da implementação do programa quinquenal do Governo 2020-2024, foram reabilitados 1.106 quilómetros de estradas nacionais e regionais, asfaltados 443 quilómetros de estradas nacionais e regionais, mantidos 14 mil quilómetros de estradas, sendo igualmente construídas ou reabilitadas 10 pontes", lembrou o ministro.
Mas a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO, maior partido da oposição) teceu críticas à política de estradas e outras infraestruturas.
Segundo o deputado Fernando Lavieque, a maior parte das obras não beneficia a população: "Os elefantes brancos, como os aeroportos e pontes para fantasmas, com custo de biliões de dólares em detrimento das estradas vitais, como a EN1, envergonham todos nós e cortam a espinha dorsal do desenvolvimento", criticou.
Já Elias Impuiri, deputado do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), acusou o Governo de não ter ações claras para o combate à pobreza, fomentando "a exclusão baseada na filiação partidária, origem étnica e regional, violando o comando da Constituição".
A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder) elogiou os "esforços que o Governo está a desenvolver para beneficiar a população".
"As preocupações que persistem não nos devem levar a ignorar o que se está a fazer. As preocupações na área das infraestruturas resultam do desenvolvimento e da necessidade de acelerar e consolidar o crescimento económico", destacou o deputado António Amélia.