Mau tempo: Governo promete instalar pontes em Cabo Delgado
3 de janeiro de 2020"Estamos a mobilizar duas pontes metálicas a partir da província de Niassa e que vão ser uma resposta urgente para situação da intransitabilidade", disse à Lusa Venâncio Taimo, diretor provincial de Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos em Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
As pontes, de 60 e 30 metros de comprimento, serão colocadas ao longo da Estrada Nacional 380, sobre os rios Montepuez e Messalo, que subiram de nível devido ao mau tempo, provocando o desabamento de uma ponte e interrompendo outro ponto da estrada, respetivamente.
"O grande desafio que temos é restabelecer a ligação nesta via, é uma das principais da província", declarou Venâncio Taimo, acrescentando, no entanto, que é prematuro avançar datas, tendo em conta a chuva continua a cair.
A interrupção da Estrada Nacional 380 isolou nove distritos e a travessia agora está a ser feita por embarcações, numa altura em que as autoridades procuram assistir as pessoas afetadas.
O mau tempo prevalece em Cabo Delgado, tendo subido o número de afetados de mais 8 mil pessoas para 10 mil, segundo dados mais recentes do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC).
O Governo moçambicano prometeu que nos próximos dias vão ser disponibilizados meios aéreos para apoiar a assistência às pessoas afetadas.
País em alerta laranja
Moçambique emitiu um alerta laranja para todas as províncias do país, como forma de dar celeridade à mobilização de recursos para a assistência a vítimas e à reposição de danos, tendo em conta que a época chuvosa no país só termina em abril.
Além de Cabo Delgado, o mau tempo atingiu uma parte de Nampula, mas em regime fraco e moderado, indicou à Lusa o delegado do INGC naquela província, Alberto Armando.
Em abril, alguns pontos da província de Cabo Delgado foram atingidos pelo ciclone Kenneth, que causou a morte a 45 pessoas e afetou outras 250 mil.
Um mês antes da passagem do Kenneth, o centro de Moçambique foi devastado pelo ciclone Idai, que provocou mais de 600 mortos e afetou cerca de 1,5 milhões de pessoas no centro do país, além de destruir várias infraestruturas.
Entre os meses de novembro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral. No total, 714 pessoas morreram durante o período chuvoso em 2018/2019, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth.