Niassa tenta impedir fraude de pensões a ex-combatentes
31 de julho de 2015Cresce vertiginosamente o número de falsos ex-combatentes que recebem pensões ilegais em diversos pontos do Niassa, no norte de Moçambique. O Governo da província já contabiliza 64 casos.
Segundo as autoridades locais, o esquema fraudulento é conduzido por funcionários da Direcção Provincial para os Assuntos dos Antigos Combatentes de Niassa, que facilitariam o registo e a admissão dos falsos ex-combatentes.
Sem adiantar o número real de pessoas envolvidas na rede fraudulenta, o governador do Niassa, Arlindo Chilundo, prometeu fechar o cerco.
"Já no início do ano eram 40 denúncias de falsos combatentes ao redor da província. Isso simplesmente mostra que temos vulnerabilidade", afirmou em entrevista à DW África.
Fenómeno não é novo
Segundo o jornalista Santos Felisberto, do jornal "Catembe no Niassa", que tem acompanhado o caso, o problema parte das instituições.
"É preciso haver um trabalho desde a base, na província, até o Ministério, porque é lá onde as coisas são 'cozinhadas' e as pessoas são beneficiadas por essa pensão", explica.
O governador do Niassa afirma que o fenómeno na província não é novo e, por isso, urge a necessidade de cortar o mal pela raiz.
"Deveríamos ter no mínimo removido o funcionário ou os funcionários que estão a facilitar essa fraude massiva, que não prejudica apenas o Estado moçambicano, mas também os verdadeiros combatentes", diz Chilundo.
A província do Niassa possui 14.673 ex-combatentes registados. Mais de três mil ex-soldados aguardam a regularização dos processos para a fixação de suas pensões.