Gaza: Bombardeamento israelita em Rafah mata 25 pessoas
10 de fevereiro de 2024"Fontes médicas informaram que 25 cidadãos foram mortos e outros ficaram feridos quando a ocupação bombardeou casas no centro e no norte de Rafah desde a noite passada", afirmou hoje (10.02) a agência noticiosa oficial palestiniana Wafa.
A agência disse ainda que os navios de guerra israelitas, localizados no Mediterrâneo, estão a "disparar fortemente" sobre a costa da província de Rafah.
Israel anunciou na sexta-feira (09.02) planos para alargar a sua ofensiva militar a Rafah, na fronteira com o Egito, mas acrescentou que a operação incluiria a retirada prévia de civis.
"É impossível atingir o objetivo de guerra de eliminar o Hamas e deixar quatro batalhões em Rafah", frisou um comunicado do gabinete do primeiro-ministro de Israel.
Em Rafah encontram-se 1,3 milhões de palestinianos, cinco vezes mais do que a população habitual, os ataques na região intensificaram-se nos últimos dias e existe o receio de um ataque terrestre israelita.
Ataque a hospital em Khan Younes
As forças israelitas invadiram na sexta-feira um hospital em Khan Younes, uma cidade no sul da Faixa de Gaza que sitiam há várias semanas, informou também o Crescente Vermelho Palestino (PRCS), que gere o estabelecimento. "As forças de ocupação [israelitas] invadiram o hospital Al-Amal e começaram a revistá-lo", anunciou o PRCS, em comunicado, acrescentando que estão a ter dificuldades de comunicação com as equipas no local.
O exército israelita confirmou à AFP que as suas tropas lançaram uma operação de busca naquele hospital, depois de ter recolhido "informações que indicam que o Hamas estava a realizar atividades terroristas" no complexo. Na quinta-feira (08.02), o PRCS relatou "bombardeamentos intensos" e "tiros pesados" à volta do edifício.
A organização não-governamental (ONG) de assistência médica pede há vários dias que aquele hospital seja protegido e que possa continuar a abastecer-se de bens necessários, destacando a escassez de oxigénio, medicamentos e combustível que alimenta os geradores de eletricidade.
A guerra entre Israel e o Hamasprovocou até agora na Faixa de Gaza quase 28.000 mortos, pelo menos 67.500 feridos e 8.000 desaparecidos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.
O conflito originou também quase dois milhões de deslocados (mais de 85% dos habitantes), mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humana, com toda a população afetada por níveis graves de fome que já está a fazer vítimas, segundo a ONU.