FRELIMO: Daniel Chapo em busca de apoio internacional?
28 de junho de 2024O candidato da FRELIMO às presidenciais de 9 de outubro, Daniel Chapo, está realizando um périplo por diversos países africanos. Nesta quarta-feira, encontrou-se com o Presidente angolano e do MPLA, João Lourenço. Em entrevista à imprensa, Chapo afirmou que espera o apoio do MPLA nas eleições gerais em Moçambique. Em entrevista à DW, Ludmila Maguni, porta-voz da FRELIMO, fala sobre o significado desse apoio e outras questões relevantes.
DW África: Quais são os objetivos das viagens de Daniel Chapo como candidato da FRELIMO
Ludmila Maguni (LM): As viagens de trabalho como candidato do partido, inicialmente com aqueles que são partidos irmãos com que o partido FRELIMO tem estado a trabalhar, numa primeira instância está-se a apresentar como candidato do partido para essas eleições outubro e transmitir aquilo que são os seus pensamentos sobre o processo de governação, a situação do país, entre outras. Então, basicamente é o momento em que ele se faz apresentar aos partidos amigos com quem nós temos vindo a trabalhar.
DW África: O que Daniel Chapo quis dizer ao afirmar que a FRELIMO precisa do apoio do MPLA? Que tipo de apoio seria esse?
LM: Como sabe, a FRELIMO e o MPLA são partidos irmãos. Em processos eleitorais e em outras atividades, nós temos trabalhado em muita proximidade. Eu penso que é neste sentido que ele fala de apoio. Nós trilhamos quase que os mesmos caminhos saindo do processo de colonização, mas pensamos que também somos partidos que temos estado a governar desde a independência do país. Então, temos ideias mais ou menos semelhantes naquilo que nós pensamos em relação ao desenvolvimento. E penso que é este tipo de apoio que poderemos contar de todos os partidos irmãos, não só MPLA irmãos, na região e fora da região.
DW África: Há críticas de que essa proximidade entre a FRELIMO e o MPLA pode ser vista como uma forma de perpetuar o poder. Como a FRELIMO responde a essas críticas?
LM: Mas, perpetuar o poder como? Nós estamos a entrar para um processo eleitoral, que é um processo democrático, em que as pessoas é que decidem quem é que vai governar. Estamos, neste momento, a fechar aquilo que é o nosso manifesto que iremos apresentar durante a campanha eleitoral e, com base nisso, todos aqueles que irão participar no processo eleitoral poderão escolher aquele manifesto que acham que o melhor lhes representa. Então, o processo é democrático, nós não estamos a perpetuar o poder, a escolha é feita na boca da urna.
DW África: Como a FRELIMO responde às críticas de que Daniel Chapo já está a fazer pré-campanha?
LM: Bem, a apresentação da campanha em si é quando nós vamos buscar o pedido de voto. Neste momento, nós não temos estado a fazer este pedido de voto, temos estado apenas a apresentar o candidato, ele fala daquilo que é o seu percurso até hoje e aquilo que ele pensa sobre o país. Então, estamos apenas a restringirmos a apresentação do candidato e não ao pedido de voto.