França promete apoiar CEDEAO para restaurar democracia
3 de novembro de 2023A chefe da diplomacia francesa, Catherine Colonna, está a efetuar uma visita à Nigéria, país que detém atualmente a presidência da CEDEAO, para discutir a cooperação bilateral e a segurança regional, numa altura em que a insegurança no Sahel está a agravar-se.
A França pôs termo às suas operações militares contra o fundamentalismo islâmico no Mali e no Burkina Faso e começou recentemente a retirar as suas tropas do Níger.
Juntas militares governam atualmente estes três países na sequência de golpes de Estado e a transição para a democracia, com a devolução do poder aos civis, estagnou no Mali e no Burkina Faso.
No Níger, a junta militar no poder também rejeitou as exigências da CEDEAO para o restabelecimento imediato da ordem constitucional, insistindo, em vez disso, num período de transição de até três anos.
A CEDEAO impôs sanções ao Níger e ameaçou com uma intervenção militar, se necessário.
Citada pela imprensa, Catherine Colonna disse ter debatido com o seu homólogo nigeriano, Yusuf Tuggar, o apoio a dar à CEDEAO para restaurar a ordem constitucional no Mali, Burkina Faso e Níger.
"Constatamos que os calendários de transição não foram respeitados e que a insegurança está a piorar", afirmou.
Ministra não avança detalhes
"Temos de fazer melhor e estaremos presentes para apoiar os esforços da CEDEAO. A situação não pode continuar como está, a prejudicar o futuro das populações", acrescentou.
A ministra não detalhou a forma como a França irá apoiar os esforços do bloco regional. A União Europeia também fez alguns anúncios recentes sobre novas medidas contra regimes liderados por militares.
As conversações com a junta do Níger parecem estar interrompidas, com os golpistas a insistirem na necessidade de uma transição de três anos no máximo.
Os militares nigerinos exigiram também que a França retirasse os seus 1.500 soldados, cuja partida começou em outubro e deverá estar concluída até ao final do ano.
Em setembro, a junta no poder do Mali anunciou o adiamento das eleições presidenciais previstas para fevereiro e ainda não foi fixada uma nova data.
O Níger enfrenta duas insurreições fundamentalistas islâmicas: uma que se alastra para o sudeste do país a partir de um conflito de longa data na vizinha Nigéria e uma ofensiva no oeste por combatentes provenientes do Mali e do Burkina Faso.