Familiares de membro da RENAMO desaparecido falam em rapto
17 de maio de 2018Jonathan Suleimane está desaparecido desde sexta-feira passada (11.05), mas só agora o caso foi tornado público. O pai, Eugénio Suleimane, diz que primeiro pensou que o jovem tinha saído com amigos. Mas, com o passar dos dias, ficou preocupado.
"Primeiro fui aos hospitais. Fui à primeira, segunda, terceira e quarta esquadras de Quelimane à procura".
A família teme que Jonathan Suleimane tenha sido raptado por ser membro da RENAMO. Segundo o pai, o jovem já tinha recebido ameaças de desconhecidos por telefone.
"Em Setembro do ano passado, ele falou-me que por causa de ser membro da RENAMO estava a receber ameaças de pessoas que não conhecia. Nesse preciso momento, entreguei tudo as autoridades. Estou à espera das investigações dos serviços nacionais de investigação criminal."
Amigos procuram em vão, polícia não sabe de nada
O presidente da Liga da Juventude da RENAMO em Quelimane, José Macuvá, também está preocupado com o desaparecimento, sobretudo depois de vários membros do partido serem ameaçados a seguir às cerimónias fúnebres de Afonso Dhlakama, na semana passada.
"Naquele dia de sexta-feira, saiu de casa dele. No sábado, quando nos apercebemos, como é um um colega e amigo, saímos e começámos a fazer as buscas. Até agora, não temos a certeza do que aconteceu. Já fomos às casas mortuárias dos hospitais, tentámos vasculhar todas as artérias da cidade e até agora não temos informação do paradeiro dele", conta Macuvá.
O porta-voz da Polícia da República de Moçambique na província da Zambézia, Miguel Caetano, disse que ainda não teve conhecimento da ocorrência, no comando provincial. O porta-voz não afasta a possibilidade de rapto, mas refere que pode haver outras explicações para o desaparecimento do membro da RENAMO.
"Nós estivemos reunidos. Em momento algum se falou disso. Até pode não ser rapto", considera Miguel Caetano.
Contudo, o pai de Jonathan Suleimane indicou que já deu conhecimento do desaparecimento, numa esquadra da polícia, e que o processo foi enviado para a divisão de investigação criminal.