Faltam rampas para deficientes no Niassa
27 de agosto de 2015Victor Maulana anda de cadeira de rodas e ainda tem muitas dificuldades quando tenta aceder aos edifícios de instituições públicas e privadas, devido à ausência de rampas.
"A maior parte das instituições, que até são mentoras e trabalham em prol da pessoa com deficiência, não consideram que as rampas são um bem público sobretudo para o benefício dessas pessoas", diz Maluana.
"Se pudesse atribuir valores de 0 a 10 à província do Niassa, eu atribuiria um valor de 6."
A situação varia de distrito para distrito. Maluana chama a atenção, em particular, para a falta de rampas nos serviços distritais de saúde e ação social do distrito de Mandimba. "Quando o deficiente quer entrar naquela instituição, tem dificuldades e não consegue dialogar com o pessoal que se encontra a trabalhar dentro daquela infraestrutura."
Faltam casas de banho adaptadas nas escolas
Nos últimos anos, na província do Niassa, notam-se alguns avanços, nomeadamente no acesso de pessoas com deficiência a postos de trabalho.
Mas, segundo o secretário provincial do Fórum das Associações Moçambicanas de Deficientes, faltam equipamentos – por exemplo, nas escolas. Para Acácio Agapito, é preocupante que as crianças com deficiência não disponham de banheiros adaptados.
"As nossas escolas de Moçambique, em particular aqui na nossa província, não estão preparadas para receber crianças com deficiência", diz Agapito.
"É quase incrível o que está a acontecer nas escolas: imaginemos uma criança que anda numa cadeira de rodas e as portas das casas de banho não têm as medidas universais para a cadeira poder entrar."