Exército do Mali e grupo russo Wagner acusados de tortura
9 de dezembro de 2022O grupo rebelde denunciou, num comunicado, esta sexta-feira (09.12), o ressurgimento de atos de tortura, assassínios, raptos e roubo de bens de populações inocentes, atribuídos ao Exército maliano e às milícias Wagner em "todo o território dos Azawad".
A CMA, signatária em 2015 de um acordo de paz com o Governo e os grupos armados pró-Bamaco, é o maior coletivo político e militar dos separatistas tuaregue, que exerce poder sobre grandes partes do norte e leste do Mali após ter tomado o controlo do Governo maliano em 2012.
O comunicado do coletivo cita, como exemplo das violações, um incidente que teve lugar no dia 6 deste mês, em Kita, na região central de Mopti, quando soldados malianos e milicianos Wagner atacaram um mercado popular "causando mortes, feridos e raptos".
"Repetidas violações dos direitos humanos"
"A CMA condena, sem reservas, estas repetidas violações dos direitos humanos, independentemente do autor e do motivo" e "exige a libertação dos detidos, a cessação imediata destas atrocidades e a acusação dos autores destes assassínios", lê-se na nota.
Os rebeldes lançaram igualmente um apelo "urgente" às organizações humanitárias para que intervenham em nome das populações deslocadas, a fim de "atenuar os efeitos da catástrofe humanitária em curso".
Apesar da assinatura do acordo de paz em 2015 e da presença de militares franceses, internacionais e regionais, o Mali está confrontado com conflitos armados, de natureza intercomunitária ou com justificações alegadamente religiosas.
A violência espalhou-se ao longo do norte e centro do país, bem como aos países vizinhos do Burkina Faso e Níger.