Ex-combatentes pedem que se evite "confusão" nos protestos
28 de outubro de 2023A Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLIN) de Moçambique pediu, este sábado (28.10), que se evite "confusão" durante as manifestações contra os resultados das eleições autárquicas no país, sugerindo que se aguarde pela decisão do Conselho Constitucional.
"Manifestações como tal não têm problemas nenhuns, mas nada de confusões. Já chega de confusão, basta! Esse povo quer estar em paz para desenvolver o seu país e isso é que é o mais importante", disse Fernando Faustino, secretário-geral da ACLLIN, órgão da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, durante uma conferência de imprensa em Maputo.
"As eleições foram transparentes"
A associação dos veteranos moçambicanos da guerra anticolonial reconheceu que pode ter havido "um e outro erro" no escrutínio de 11 de outubro, referindo que se deve aguardar pela decisão do Conselho Constitucional, máximo órgão judicial eleitoral do país, a quem cabe validar e proclamar os resultados das eleições.
"Pode ter havido um e outro erro no processo e é normal. Mas, por aquilo que ouvimos do presidente da Comissão Nacional de Eleições [CNE], as eleições foram transparentes, toda a gente participou e teve lá os observadores", disse Fernando Faustino.
O responsável destacou ainda que o direito à manifestação está previsto na lei, referindo, entretanto, que o país "não precisa andar em barulho dia após dia", devendo focar-se no seu desenvolvimento.
"E este país tem todas as condições para estar no mapa dos países desenvolvidos neste mundo, tem tudo. Tem gente inteligente e recursos naturais", referiu Faustino.
Partidos da oposição, sobretudo a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição, têm promovido, um pouco por todo o país, marchas de contestação aos resultados das eleições de 11 de outubro, juntando milhares de pessoas que denunciam uma alegada "megafraude" no escrutínio.
A União Europeiae o Reino Unido manifestaram preocupação sobre os atos de violência durante as manifestações.
Os resultados apresentados pela CNE dão a vitória à FRELIMO em 64 das 65 autarquias do país, enquanto o MDM, terceiro maior partido, ganhou apenas na Beira.