Estados Unidos: Protestos contra a crise crescem e multiplicam-se
15 de outubro de 2011Não têm agenda nem líder, mas têm uma missão: mostrar aos banqueiros e aos patrões de Wall Street, a Bolsa de Nova Iorque, que estão cansados de pagar as suas contas. O movimento “Occupy Wall Street” (em português, Ocupar Wall Street) mantém-se ativo há várias semanas e já se espalhou por muitas outras cidades norte-americanas.
Na capital dos Estados Unidos, Washington, os manifestantes estão acampados desde o dia 1 de Outubro na McPherson Square, na baixa. “Criem postos de trabalho e não cortes” é um dos seus lemas.
Noventa e nove por cento tem de trabalhar duro enquanto um por cento aproveita a vida - esta é a mensagem central de todos os movimentos que agora estão a protestar nos Estados Unidos para mais justiça social. Olham para o Egito e para a Tunísia e vêem as atuais inquietações sociais como modelos.
A questão não é porque é que as pessoas “normais” só agora saem para as ruas, mas sim porque é que isso não aconteceu há muito mais tempo tendo em conta o aumento da injustiça social. A isso junta-se uma percentagem de nove por cento de desemprego e um elevado nível de insatisfação dos norte-americanos face ao Congresso. Além disso, muitos estão desiludidos com o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
O movimento de protestos, que também já chegou a cidades como Boston, Chicago e Los Angeles, necessita do apoio de sindicatos com dinheiro e com muitos membros, defende o especialista em estudos americanos Thomas Vernon Reed. O autor do livro “A arte do protesto: cultura e ativismo – dos movimentos de direitos civis às ruas de Seattle” acredita que o movimento “Ocupar Wall Street” e as suas réplicas podem transformar-se em algo muito grande.
Uma reportagem de Christina Bergmann apresentada por Madalena Sampaio.
Autora: Madalena Sampaio
Edição: Johannes Beck