Estradas do centro de Moçambique com mais escoltas militares
13 de junho de 2016A polícia moçambicana realiza desde sábado (11.06) novas escoltas militares no centro do país, sendo a estrada nacional número 7 (N7), no centro de Moçambique, a terceira rodovia com circulação condicionada na região.
Segundo Elisídia Filipe, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, "a região em causa tem sido marcada nas últimas semanas por ataques dos homens armados da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO)".
A porta-voz da polícia em Manica responsabilizou o braço armado do maior partido de oposição em Moçambique por vários ataques a civis nos últimos cinco dias, dos quais resultaram mortos e feridos.
"Os ataques têm resultado na morte de pessoas e em saques de bens, e só na última semana, 12 camiões foram incendiados”, destacou Elisídia Filipe num encontro com a imprensa.
Automobilistas entrevistados pela DW África, que solicitaram o anonimato, condenaram os ataques aos camiões civis e pediram aos homens armados para aceitarem o diálogo proposto pelas autoridades moçambicanas, porque estão "a sofrer muito com os ataques".
"Onde vamos chegar com estes ataques? Estamos a pedir para que as duas partes se entendam e acabem com as diferenças antes que acabem connosco", lamentaram os entrevistados. A DW África tentou uma reação do lado da RENAMO mas foi impossível.
Terceiro troço com escolta militar
Depois de Save-Muxungué e Nhampadza-Caia, na estrada nacional número 1 (N1), este é o terceiro troço com escolta militar no centro de Moçambique, devido a ataques atribuídos aos homens armados da RENAMO na região.
Moçambique tem conhecido um agravamento dos confrontos entre as forças de defesa e segurança e o braço armado da RENAMO, além de acusações mútuas de raptos e assassínios de militantes dos dois lados.
O principal partido de oposição recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de 2014, ameaçando governar em seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.
O Governo moçambicano e a RENAMO retomaram em finais de maio as negociações em torno da crise política e militar em Moçambique, após o principal partido de oposição ter abandonado em finais de 2015 o diálogo com o executivo, alegando falta de progressos no processo negocial.