ENI pondera segunda plataforma de gás em Moçambique
23 de novembro de 2022O diretor de operações de Recursos Naturais da petrolífera italiana Eni, Guido Brusco, admitiu esta quarta-feira, a possibilidade da ativação de uma segunda plataforma de produção de gás liquefeito ao largo de Moçambique, assunto discutido com o Governo.
"Existem oportunidades para aumentar a oferta no curto prazo, incluindo a possibilidade de replicar o sucesso do projeto Coral Sul com um novo desenvolvimento de FLNG ('Floating Liquified Natural Gas')", ou seja, uma plataforma como a que este mês começou a exportar gás da bacia do Rovuma.
Isto, além de "desenvolvimentos 'onshore'" que têm sido adiados devido à violência armada na província de Cabo Delgado, afirmou o diretor de operações de Recursos Naturais da petrolífera italiana Eni.
Guido Brusco falava em Pemba, à margem da inauguração oficial da plataforma Coral Sul pelo Presidente moçambicano.
Filipe Nyusi visitou esta quarta-feira a infraestrutura que desde o início do ano ficou estacionada a 40 quilómetros da costa moçambicana e que há 10 dias começou a exportar gás liquefeito.
Presidente moçambicano confirma conversações
Apesar de a hipótese de uma segunda plataforma já ser ventilada há cerca de um ano, a declaração do dirigente da Eni realça a importância e oportunidade do investimento.
"O que está claro é que precisamos de agir rapidamente. Tudo está pronto para atingir essa meta, temos reservas comprovadas, tecnologia comprovada, equipe forte e comprometida, histórico de entrega alcançado com a plataforma Coral Sul e apoio do Governo", destacou Guido Brusco.
"Continuaremos trabalhando em estreita colaboração com os parceiros e o Governo para avaliar todas as opções possíveis para desenvolvimentos adicionais", concluiu.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, confirmou as conversações e destacou a importância de novos desenvolvimentos para rentabilizar as reservas de gás do Rovuma, que estão entre as maiores do mundo, num momento em que a procura mundial cresceu.
A plataforma Coral Sul operada pela petrolífera italiana Eni em nome do consórcio da Área 4 de Moçambique vai produzir 3,4 milhões de toneladas de gás natural liquefeito (GNL) por ano para a BP (que comprou a produção por 20 anos).
O primeiro navio cargueiro de exportação foi carregado com GNL moçambicano em 13 de novembro.