EN1: A estrada onde o asfalto "vale ouro"
14 de junho de 2023"A estrada está má, não sabemos o que fazer com ela", desabafa o automobilista Francisco Alexandre.
Os camionistas, transportadores de semicoletivos de passageiros e outros que circulam na Estada Nacional 1 (EN1), solicitam com urgência ao Governo moçambicano a manutenção da rodovia.
Dizem que a EN1 está em péssimas condições, apresentando covas, buracos e crateras em quase toda a extensão da via, o que tem dificultado a vida de quem circula pela principal estrada de Moçambique.
Horas para fazer viagens de minutos
Viajantes regulares como Francisco Alexandre, condutor de um semicoletivo de passageiros que faz o troço Inchope - Gorongosa, alertam que a EN1 precisa uma reabilitação profunda ou de raiz. E apelam à intervenção rápida das autoridades competentes.
"Não sei o que pensa o Governo, pois a situação está mal. Atualmente, demoro quatro a cinco horas para fazer este troço, quando antes fazia em apenas 45 minutos", recorda o condutor.
Viagens mais prolongadas significam também maior despesa. "Em termos de custos, passámos de 10 para 20 litros, e por vezes chegam a ser 30 litros, devido às covas", diz Francisco Alexandre.
Além disso, a falta de manutenção da estrada pode danificar as viaturas.
"Não se anda, gatinha-se"
Os transportadores alegam que as rotas que se percorriam em dois dias, ligando as províncias moçambicanas, passaram a ser em três. Conduzir de Maputo até Nampula é "desolador", afirmam.
Bato Agostinho diz que na EN1 "não se anda, gatinha-se".
"Se houvesse uma via alternativa, de certeza as pessoas iriam usar, mas como é a única, estamos aqui neste martírio", acrescenta.
Governo atento
O Ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, disse recentemente, em Manica, que o Governo está preocupado com o nível de degradação da EN1. Para já, está a mobilizar fundos para a sua intervenção.mobilizar fundos para a sua intervenção.
"O nosso interesse é devolver a transitabilidade segura. O país é grande e, infelizmente, temos estado a notar este tipo de situações em todo o território nacional. Ainda estamos a fazer intervenções e reposições das vias de uma forma mais segura", disse o governante.
Devido ao aumento do tempo de viagem, muitos passageiros desistiram de fazer deslocações por estrada entre as províncias, agravando a queda de receitas dos transportadores.