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Em Angola, príncipe Harry promove a desminagem

AP | Reuters | Lusa | cvt
27 de setembro de 2019

Esta sexta-feira (27.09), o príncipe britânico visitou campos de minas terrestres nas províncias do Cuando Cubango e Huambo. Harry elogiou os investimentos do Governo angolano na desminagem.

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Angola Prinz Harry besucht Minenfeld
Príncipe Harry caminha por um campo parcialmente minado em Dirico, no Cuando CubangoFoto: picture-alliance/empics/D. Lipinski

Esta sexta-feira (27.09), o príncipe britânico Harry visitou um campo de minas nas proximidades da cidade de Dirico, na província angolana do Cuando Cubango.

O campo foi parcialmente desminado pela organização não-governamental britânica Halo Trust.

Num gesto simbólico, Harry detonou uma mina e elogiou investimento de 60 milhões de dólares (cerca de 55 milhões de euros) do Governo angolano em processos de desminagem, sobretudo no sul de Angola

"Esse compromisso histórico é um passo adiante importante para o movimento de livrar o mundo das minas e criar a base para um futuro seguro e justo para a próxima geração," declarou.

O príncipe Harry destacou ainda a importância da desminagem.

"As minas terrestres são uma cicatriz da guerra ainda por sarar. Ao promover a desminagem podemos ajudar esta comunidade a encontrar a paz e com a paz vêm as oportunidades," considerou.

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Atualmente, estima-se em 60 mil o número de angolanos mutilados devido ao rebentamento de minasFoto: Getty Images/AFP

Seguindo os passos da mãe

Depois, o príncipe britânico deslocou-se ao Huambo onde visitou dois pontos que fizeram parte da visita da sua mãe, a princesa Diana, em 1997: um antigo campo minado, que atualmente é uma movimentada avenida, e um centro ortopédico onde são tratadas as vítimas das minas.

As fotos de Diana usando equipamentos de proteção enquanto caminhava entre sinais vermelhos de caveira no Huambo ganharam publicidade para a instituição de caridade britânica HALO Trust, que estava a retirar minas deixadas durante a guerra civil de Angola.

Diana morreu alguns meses antes da assinatura da Convenção sobre a Proibição do Uso, Armazenamento, Produção e Transferência de Minas Antipessoais, por 157 países, entre os quais Angola.

Estima-se que existam cerca de 60 mil angolanos que ficaram mutilados devido ao rebentamento de minas de guerra.

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A ministra para a Ação Social angolana, Carolina Cerqueira, reafirmou o compromisso do Governo angolano com a eliminação das minas antipessoais e destacou que a cooperação internacional ainda é necessária.

"Pensamos que necessitamos da cooperação internacional, do movimento antiminas a nível mundial, para se associar a esse processo que se engaja o Governo angolano e interpretamos essa vinda de sua Alteza Real como um impulso a esse movimento, a esse esforço do Governo angolano para banir as minas em todo o território nacional," enfatizou.

Cooperação bilateral em foco

A ministra Carolina Cerqueira destacou que o Governo angolano está empenhado em tornar-se observador da Commonwealth.

Num artigo de opinião publicado esta sexta-feira (27.09) no Jornal de Angola, a embaixadora do Reino Unido em Luanda, Jessica Hand, defendeu que a visita do príncipe Harry a Angola ocorre num momento de "parceria ampla e profunda" entre os dois Estados e pode incentivar à adesão do país à Commonwealth.

Angola Ministerin für Medien Carolina Cerqueira in Luanda
Carolina CerqueiraFoto: DW/A. Cascais

Segundo a diplomata britânica, o Reino Unido pretende apoiar o processo de reforma de Angola.

No sábado (28.09), o príncipe Harry será recebido pelo Presidente angolano, João Lourenço, no palácio da Cidade Alta.

A visita do Príncipe Harry a Angola acontece no quarto dia do itinerário de dez dias por África, que começou na passada segunda-feira (23.09) na Cidade do Cabo, África do Sul, e de onde seguiu na quarta-feira (25.09) para o Botsuana.

De Angola, Harry segue para o Maláui, antes de regressar à África do Sul, onde conclui o périplo pelo continente com uma audiência com o Presidente, Cyril Ramaphosa.

Esta não é a primeira vez que o príncipe Harry visita Angola.

Em 2013, o príncipe britânico visitou zonas minadas no sul do país.