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Eleições no Mali e no Zimbabué geram especulações na mídia alemã

Cristiane Vieira Teixeira2 de agosto de 2013

No Mali, uma vitória de Keita se deveria às boas relações com o exército do país. No Zimbabué, a reeleição de Mugabe significaria a continuidade de "uma política econômica incompetente," destaca a imprensa alemã.

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Revista de imprensaFoto: Fotolia

Nesta quinta-feira (01.08), o Süddeutsche Zeitung traz um perfil de Ibrahim Boubacar Keita. Com o título “Político Veterano e Possível Novo Presidente do Mali”, o texto refere-se à divulgação dos resultados preliminares como “uma preparação para os 26 concorrentes de Keita para a derrota”.

Os primeiros resultados parciais oficiais, divulgados na terça-feira (30.08), davam ao ex-primeiro-ministro um "grande avanço sobre os outros candidatos", com base em um terço dos boletins de voto escrutinados, mas sem divulgar os percentuais da referida vantagem.

Em sua reportagem, a jornalista alemã destaca os momentos mais importantes da carreira política de Keita, como a presidência do Parlamento, a vice-presidência da Internacional Socialista e as duas candidaturas anteriores à Presidência do Mali, além de ressaltar o fato de que Keita não significaria uma mudança política para o país.

Keita e os bons contatos com o exército do Mali

Präsidentschaftswahl in Mali
No Mali, pode ser que não haja uma segunda volta nas eleições presidenciaisFoto: Reuters

“Mali: Sem que haja um resultado oficial da eleição presidencial, o mais importante rival do chefe de Estado deposto há um ano considerado vencedor” destaca o Die Tageszeitung.

A matéria dá voz aos eleitores, para transmitir ao público alemão um pouco da atmosfera da votação, reforça a demora na divulgação dos números oficias e revela a especulação dos jornais locais: Ibrahim Boubacar Keita teria conquistado 55% dos votos válidos, o que faria cair a possibilidade de uma segunda volta.

A oposição considerava a hipótese realista, uma vez que 27 candidatos estão na disputa pela presidência do Mali e estaria preparando manifestações, caso isso não ocorra - por considerar impossível apontar tendências de vitória, com apenas 1/3 dos votos apurados.

Segundo a reportagem do Die Tageszeitung, se ocorrer, a eleição antecipada de IBK, como Keita é chamado no Mali, seria devido a seus bons contatos com o exército do país.

Ibrahim Boubacar Keita Präsidentschaftskandidat in Mali
Eleição antecipada de Ibrahim Boubacar Keita seria devido a seus bons contatos com o exército do paísFoto: Reuters/Adama Diarra

A matéria lembra que por duas vezes, em 2002 e em 2007, Keita enfrentou o ex-presidente Amadou Toumani Toure nas urnas, mas perdeu. Em março de 2012, Toumani Toure foi então a vítima do golpe militar que mergulhou o Mali em crise.

Agora, Ibrahim Boubacar Keita tem grandes chances de sair das eleições de 2013, pelo menos, segundo as previsões, como o grande vencedor.

No Zimbabué, cerca de um milhão não conseguiram votar

Wahl Simbabwe 2013 Präsident Mugabe
Para os jornalistas alemães, reeleição de Robert Mugabe significaria mais cinco anos de “política econômica incompetente”Foto: Reuters

Já o Neue Zürcher Zeitung escolheu as eleições no Zimbabué como tema e traz um reportagem que aponta, por um lado, a alta participação dos zimbabueanos nas eleições, por outro, as críticas da oposição ao decorrer do pleito, considerado por eles como “ilegítimo”.

Segundo o jornal, a Rede de Apoio à Eleição do Zimbabué estima que cerca de um milhão de eleitores não conseguiram votar, em especial nas regiões consideradas de apoio ao Movimento para a Mudança Democrática, partido do atual primeiro-ministro e candidato Morgan Tsvangirai.

Destaca-se que a reeleição do atual presidente Robert Mugabe, de 89 anos e há 33 no poder, significaria mais cinco anos de “política econômica incompetente”.

Eleições no Mali e no Zimbabué geram especulações na mídia alemã

As eleições no Mali e no Zimbabué foram tema esta semana também do Berliner Zeitung, do Frankfurter Allgemeine Zeitung, e do Die Zeit, entre outros.

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