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PolíticaGuiné Equatorial

Eleições na Guiné Equatorial: Obiang confiante na vitória

tms | com agências
21 de novembro de 2022

Mais de 427 mil eleitores foram chamados às urnas este domingo (20.11) para votar nas presidenciais. Teodoro Obiang concorre a um sexto mandato após 43 anos no poder. Oposição denuncia fraudes e pede "justiça eleitoral".

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Teodoro Obriang votou em MalaboFoto: AP Photo/picture alliance

O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, que concorre a um sexto mandato após 43 anos no poder, manifestou-se confiante na reeleição nas presidenciais deste domingo, denunciadas como fraudulentas pela oposição. 

Um total de 427.661 eleitores, de entre uma população de 1,45 milhões de habitantes, foram chamados às urnas para escolher entre três candidatos. Além de Obiang, concorrem Andrés Esono, líder do único partido verdadeiramente da oposição, e Buenaventura Asumu, um grande aliado do chefe de Estado.

No entanto, ao que tudo indica, não há hipóteses de vitória para os demais candidatos. "Há um provérbio que diz: 'o que semeias é o que colhes'. Estou certo de que, nestas eleições, o nosso partido semeou muito e irá colher o que semeou. Portanto, estou certo de que a vitória pertence ao partido democrático da Guiné Equatorial", afirmou Teodoro Obiang.

No entanto, a oposição denuncia "fraudes massivas". Andrés Esono, candidato da Convergência para a Democracia Social (CPDS), disse que a população não pode votar livremente. "O que eu espero destas eleições é justiça eleitoral. Que o Governo e a comissão eleitoral deixem os guineenses votar", pediu, este domingo.

Äquatorialguinea | Präsidentschaftswahl in Malabo
Fila para votar em MalaboFoto: AP Photo/picture alliance

"Desde as 7h00 tenho recebido queixas de todos os cantos do país. Há fraude, irregularidades, votação pública e presidentes de mesas de voto que votam por outros", denunciou.

Também o partido da oposição Cidadãos pela Inovação (CI), que não concorreu às eeleições, questionou a transparência do processo eleitoral.

Normalidade em Malabo

O presidente de uma assembleia de voto na capital, Malabo, admitiu que houve problemas no início da votação: "Tivemos de esperar pela chegada dos boletins de voto", explicou. No entanto, a votação etrá começado às 8h30 e, "desde então, tudo se desenvolveu normalmente", adiantou Macario Esono Ndongh.

Os eleitores como Diana Ines Truza celebraram o direito ao voto: "Foi muito bom votar, como jovens é importante envolvermo-nos no futuro do nosso país e começar a compreender o poder que temos para construir o futuro, é muito importante", frisou.

Já a vontante Natividad Okomata lembrou que "todos os guineenses têm de votar. Ninguém deve ter medo".

Äquatorialguinea | Präsidentschaftswahl in Malabo
Mais de 427 mil equato-guineenses estavam aptos a votarFoto: Ahmet Emin Donmez/AA/picture alliance

Infração à Constituição

As eleições presidenciais deste domingo coincidiram com as legislativas, senatoriais e municipais - o que constitui uma infração à Constituição equato-guineense, que exclui a realização simultânea das presidenciais com outros plebiscitos. As presidenciais estavam, por outro lado, previstas para abril do próximo ano, sendo esta antecipação também expressamente excluída na Constituição. 

Numa análise publicada na véspera das eleições equato-guineenses, a consultora Oxford Economics Africa considerou que se for confirmada a vitória do atual Presidente Teodoro Obiang, a Guiné Equatorial vai continuar a ser um país "rico" apenas "no papel".

Num país onde, segundo a ONU, menos da metade da população tem acesso a água potável e 20% das crianças morrem antes de completar cinco anos, a consultora afirma que a família Obiang "captura a riqueza do petróleo para si própria e mantém o poder através do terror, detenções e tortura" de oposicionistas.

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