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Eleições na Guiné-Bissau: "Ideias concretas" procuram-se

Iancuba Dansó (Bissau)
1 de junho de 2023

Faltam pouco mais de 24 horas para o fim da campanha eleitoral na Guiné-Bissau. Analistas ouvidos pela DW África dizem que esta tem sido uma campanha "pacífica", mas "muito pobre" no que diz respeito ao debate de ideias.

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Foto de arquivo
Foto de arquivoFoto: DW/F. Txuma Camara

Os partidos e coligações concorrentes queimam os últimos cartuchos na caça ao voto, enquanto já começou a votação antecipada, permitida às forças de defesa e segurança, que estarão de serviço no domingo (04.06), o dia das eleições legislativas, e a cidadãos que viajam para o exterior, em missão do Estado da Guiné-Bissau. 

Nas ruas, multiplicam-se as promessas dos partidos e coligações concorrentes. Durante a campanha, tem também havido alguns ataques pessoais entre os líderes partidários. 

Para o vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Bubacar Turé, esta campanha eleitoral tem sido "muito pobre", em termos de debate de ideias. "Porque o povo guineense não conseguiu ouvir ideias concretas da classe política sobre como desenvolver a Guiné-Bissau, como reduzir a extrema pobreza, que ganha terreno todos os dias, e como promover e consolidar a democracia e o Estado de Direito".

Contudo, Bubacar Turé elogia a forma "pacífica e ordeira" como tem decorrido a campanha e sublinha que "isso não é uma surpresa, porque a Guiné-Bissau é, neste capítulo em particular, um exemplo a seguir em África. As nossas eleições foram sempre ordeiras e pacíficas."

Eleições concorridas

Para as sétimas eleições legislativas, no domingo, há seis partidos estreantes, um deles dirigido por Joana Cobdé Nhanca, a única mulher a liderar uma formação política nesta corrida eleitoral. Também participam, pela primeira vez, duas coligações, cujos partidos tinham participado em anteriores disputas eleitorais. 

Guiné-Bissau: Narrativas étnico-religiosas em eleições

Desde 1994, ano da realização das primeiras eleições multipartidárias na Guiné-Bissau, esta é a primeira vez que a ida às urnas, para as legislativas, acontece no mês de junho, e é uma das mais concorridas de sempre: participam, ao todo, 22 formações políticas.

Mas o jornalista Baducaram Imbenque teme que o ambiente pós-eleitoral não seja próspero para a Guiné-Bissau. Por isso, apela a todos que respeitem a vontade do povo.

"É o mais sensato", comenta Imbenque em declarações à DW África. "Porque, apesar da transparência do poder dos governados para os governantes, a soberania popular mantém-se. E essa soberania deve ser respeitada a todo o custo".

Como é tradicional, os principais partidos vão encerrar a campanha eleitoral em Bissau, com a realização de comícios populares em diferentes artérias da capital guineense, na sexta-feira.

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