Eleições: Moçambicanos depositam esperança no novo Governo
20 de outubro de 2024Os setores da saúde e educação não vivem momentos fáceis em Moçambique. Falta material nos centros de saúde e nos hospitais, faltam medicamentos, e nos últimos anos, multiplicaram-se as greves.
Na educação, a situação não é melhor. Muitos alunos têm aulas ao relento por falta de salas, há turmas sobrelotadas e os professores exigem salários condignos, que tenham em conta o aumento do custo de vida.
Tudo isto Isac Marrengula, Presidente da Associação Nacional dos Professores (ANAPRO), gostaria de ver mudadas com a tomada de posse do novo Governo.
"Os últimos dez anos foram os piores em que a subvalorização do professor foi notável, e foi crescendo, culminando com o mau enquadramento da Tabela Salarial Única, a retirada de alguns subsídios dos professores e desrespeito. Esperamos que o próximo Governo respeite o professor, porque o desrespeito do professor mostra a decadência de uma nação", diz Marrengula.
A educação é a base do futuro de Moçambique, ressalva o Presidenda da ANAPRO.
Mais infraestruturas e investimento
Para a professora Sónia de Abrão, a melhoria da educação passa necessariamente pela melhoria das infraestruturas e investimento em novo equipamento escolar.
"Eu gostaria que se focassem nas melhores condições de trabalho, porque em algumas escolas recebem material, mas o material não tem sido suficiente para os alunos assim como para os professores. Além disso, é preciso investir nas infraestruturas escolares e valorizar os profissionais de educação", defenfe.
O mesmo deve acontecer com a saúde, diz Marcos da Costa, um funcionário do setor. Em entrevista à DW, Marcos da Costa chama em particular a atenção para as dificuldades atuais na prestação de serviços de saúde em zonas recônditas.
"O número da população tem vindo a crescer a cada dia. O nível de prestação de serviço tem de ser melhorado, porque a demanda da população é maior e nós pretendemos crescer como um potencial de prestação de serviços. Há que olhar para os próximos cinco anos nesse aspeto, injetando novos recursos. Fora isso, também esperamos ver os nossos privilégios."
Para além das melhorias que desejam ver no seu país, estes e outros moçambicanos também exigem transparência no processo eleitoral e apelam aos órgãos competentes que o desejo do povo se reflita nessas eleições.