1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Ex-diretor da secreta quer Nyusi e Guebuza em tribunal

1 de outubro de 2021

Gregório Leão, antigo diretor do Serviço de Informações e Segurança do Estado, volta a sugerir que o Presidente Filipe Nyusi e o seu antecessor, Armando Guebuza, se sentem no banco dos réus.

https://p.dw.com/p/419wl
Foto: Romeu da Silva/DW

"Eu não devia estar aqui sozinho", afirmou o arguido Gregório Leão no quarto dia consecutivo de audições.

O ex-diretor do Serviço de Informações e Segurança do Estado (SISE) é acusado do crime de "associação para delinquir" por ter participado em reuniões do Comando Conjunto e do Comando Operativo Forças de Defesa e Segurança.

As duas entidades aprovaram a criação da Zona Económica Exclusiva, um projeto que descambou nos empréstimos que endividaram o país em mais de 2,2 mil milhões de dólares.

Por isso, Gregório Leão disse esta sexta-feira (01.10) em tribunal: "Se é associação para delinquir [...] no âmbito deste projeto, seríamos todos nós, os membros do Comando Operativo."

'Quem tem provas, que as entregue'

O juiz da causa, Efigénio Baptista, reiterou o que disse na quinta-feira: que não há indícios de que o Presidente Filipe Nyusi e o seu antecessor tenham recebido dinheiro da Privinvest, empresa acusada do pagamento de subornos no âmbito do projeto da Zona Económica Exclusiva.

Armando Guebuza und Filipe Nyusi Treff des Zentralkomitees von FRELIMO
Presidente moçambicano, Filipe Nyusi (esq.), e Armando GuebuzaFoto: DW/Leonel Matias

O magistrado frisou que todas as contas de Nyusi e Guebuza foram rastreadas; há milhares de páginas de extratos bancários, que constam do processo: "Não tem nada", resumiu Efigénio Baptista.

"Quem tiver [provas], que vá entregar à Procuradoria-Geral da República. Faz um favor aos moçambicanos", rematou.

No último dia da audição do réu Gregório Leão, o antigo diretor da secreta moçambicana denunciou perseguições e ameaças à sua família devido a este processo.

"Na sequência do que estamos a analisar – e não digo que não podemos analisar – havia ameaças na minha casa; há pessoas a circular e não sei se estão credenciadas. Dizem que são da Procuradoria e que as pessoas têm que sair da casa, porque querem fechar a casa. Dizem que é uma ordem superior", afirmou Leão.

A audição do arguido António Carlos do Rosário, que chefiou as três empresas estatais que beneficiaram das "dívidas ocultas", a Proindicus, MAM e Ematum, estava prevista para esta sexta-feira. Mas, devido à complexidade do julgamento de Gregório Leão, a audição foi adiada para a próxima terça-feira.

Veja imagens da audição de Ndambi Guebuza

Saltar a secção Mais sobre este tema