Do sul de Angola para Luanda em busca de uma vida melhor
25 de novembro de 2015Publicidade
São jovens provenientes das províncias do Bié, Huambo, Benguela e Huíla e encontram na capital angolana o espaço ideal para prosseguir a luta pela sobrevivência.
Em declarações à DW África, os migrantes são unânimes: escolheram Luanda em busca de melhores condições de vida - inexistentes nas suas zonas de origem.
Em declarações à DW África, os migrantes são unânimes: escolheram Luanda em busca de melhores condições de vida - inexistentes nas suas zonas de origem.
Na capital, os jovens transportam diversos produtos como grades de refrigerantes, caixas de frango e sacos de arroz em troca de dinheiro.
Rodrigues Kassoma, de 20 anos, sentado no seu carro de mão, conta a sua história em poucas palavras: “saí da província do Bié para Luanda para procurar qualquer coisa para melhorar a minha vida”. “Estudava no Kuito”, diz, mas anulou as matrículas “por causa das necessidades”.
Também Emília Chaly, de 26 anos, afirma que saiu da província do Huambo porque a vida “estava difícil”. Veio para Luanda em busca de pão para os seus filhos, que ficaram na sua terra natal.
Dificuldades também em Luanda
Apesar de reconhecer que a realidade de Luanda não é aquela com que sonhava antes de embarcar, Chaly acredita em dias melhores.
“Lá o dinheiro está difícil e, por isso, vim aqui procurar dinheiro. O trabalho é mesmo só para remediar, para não ficar a roubar como os outros. Eu tenho que trabalhar para conseguir alguma coisa para sustentar os filhos que estão lá no Huambo”, explica.
Mas a capital angolana não é sinónimo de facilidades para Chaly. “Aqui em Luanda está mal, o dinheiro está difícil. É só trabalhar mesmo e deixar nas mãos de Deus. Já sai da província, é só mesmo continuar com o trabalho”.
Ângelo Augusto de 27 anos, também veio da província do Huambo. Visivelmente embriagado, diz que trabalha com o carro de mão para não enveredar por outras vias. Agastado fisicamente, Ângelo questiona as políticas de reinserção social do Governo de Luanda. “Saí da província do Huambo para trabalhar em Luanda com o carro de mão. Trabalhar para não ser gatuno. Eu não estou a ver o que o Governo está a fazer”.
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