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Diplomacia europeia quer definir nova relação com África

Frank Bettenfeld | tms | com agências
10 de dezembro de 2019

O novo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, defendeu esta segunda-feira, em Bruxelas, a necessidade de uma nova estratégia para as relações com África, admitindo que novas políticas devem ser discutidas em breve.

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Joseph Borrell: "Não podemos ter uma estratégia para África sem África"Foto: Imago Images/Seeliger

Na sua primeira reunião como Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell garantiu que as relações com África devem ser renovadas com estratégias pensadas em parceira com os africanos. "Uma coisa é clara: não podemos ter uma estratégia para África sem África", frisou.

Entre os participantes da reunião em Bruxelas estava o ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha. Heiko Maas saudou a intenção apresentada pelo novo chefe da diplomacia europeia e destacou os motivos pelos quais África deve ser prioridade para a Europa.

Diplomacia europeia quer definir nova relação com África

"A União Europeia deve reconhecer África como uma das suas prioridades. Há muitos motivos para isso, não apenas por razões de política de migração, mas também por razões de segurança - por exemplo, o que está a acontecer no Sahel e o que está acontecer na Líbia. E é por isso que Josep Borrell nomeou África como uma de suas prioridades e nós vamos apoiá-lo integralmente", declarou o chefe da diplomacia alemã.

O reforço da cooperação com África foi defendido também no último fim de semana pela nova presidente da Comissão Europeia, em visita à Etiópia. Ursula von der Leyen já havia garantido na ocasião que o continente africano é uma prioridade para a política externa europeia e que questões importantes como migração e segurança precisam de respostas comuns.

Sanções para violações graves dos direitos humanos

O novo representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança também anunciou esta segunda-feira (09.12) a criação de um quadro legal para o bloco europeu impor sanções por violações graves dos direitos humanos.

"Após o pedido de vários Estados-membros, concordamos em lançar o trabalho preparatório para um regime de sanções globais de combate a sérias violações dos direitos humanos, que será o equivalente da União Europeia à chamada Lei Magnitsky dos Estados Unidos", explicou Josep Borrell.

Além de África e do quadro legal de sanções contra violações dos direitos humanos, o encontro da diplomacia europeia em Bruxelas também discutiu o conflito entre Israel e Palestina, a colaboração comunitária com a NATO e o acordo nuclear com o Irão, entre outros temas abordados.

Numa conferência de imprensa após o Conselho dos Negócios Estrangeiros, Josep Borrell referiu ainda que, junto dos ministros dos 28 estados-membros, fez um apelo "à unidade" e "ao realismo" para que a diplomacia da União Europeia ganhe peso a nível global.