Delegação do Hamas no Egito para discutir cessar-fogo
29 de dezembro de 2023O plano elaborado pelo Egito foi apresentado na semana passada a responsáveis do Hamas e da Jihad Islâmica, que também está envolvida nos combates contra o Exército israelita na Faixa de Gaza.
O plano egípcio prevê tréguas renováveis e uma libertação escalonada de dezenas de reféns detidos pelo Hamas em troca de prisioneiros palestinianos encarcerados por Israel, segundo fontes próximas do movimento.
Em última análise, este plano conduz a um cessar-fogo para terminar as hostilidades desencadeadas em 7 de outubro, após o ataque sem precedentes perpetrado pelo Hamas em solo israelita.
O plano prevê também a criação de um governo palestiniano de tecnocratas, na sequência de um diálogo envolvendo "todas as fações palestinianas" e que será responsável por governar e reconstruir a Faixa de Gaza após a guerra.
Uma delegação de alto nível do gabinete político do Hamas, com sede no Qatar, viaja até ao Cairo, esta sexta-feira, para uma reunião com autoridades egípcias, na qual irá transmitir a resposta das fações palestinianas, que inclui várias observações ao plano egípcio.
Estas observações referem-se em particular "às modalidades dos trocas de reféns]" e "ao número de palestinianos que serão libertados", bem como "à obtenção de garantias para uma retirada militar total israelita da Faixa de Gaza", disse uma fonte do Hamas, que falou à agência AFP sob condição de anonimato.
Campo de refugiados em Khan Younis
O Crescente Vermelho Palestiniano (PRCS) está a planear estabelecer um campo de refugiados na cidade de Khan Younis, no sudeste da Faixa de Gaza, onde as forças israelitas endureceram a ofensiva contra o Hamas, em áreas repletas de dezenas de milhares de palestinianos deslocados pelo conflito.
A organização humanitária disse na plataforma X que estava a coordenar com o Crescente Vermelho egípcio "o estabelecimento do primeiro campo organizado para pessoas deslocadas" em Khan Yunis.
"A fase inicial do acampamento incluirá 300 tendas para alojar as famílias deslocadas e as equipas médicas, de ambulância e de socorro", acrescentou a organização. "A capacidade será posteriormente alargada para 1.000 tendas, que albergarão centenas de famílias deslocadas na região sul da Faixa de Gaza."
Israel e o Hamas travam uma guerra que dura há mais de 80 dias, desde o ataque do movimento islamita palestiniano que causou cerca de 1.200 mortos, na sua maioria civis. Como represália, Israel prometeu destruir o Hamas e bombardeou a Faixa de Gaza. Foram mortas 21.320 pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.