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Taxistas angolanos ameaçam paralisar trabalhos

Borralho Ndomba
8 de maio de 2019

Candongueiros da província de Luanda exigem que o Governo crie alternativas para o abastecimento dos transportes públicos. Se a crise dos combustíveis continuar, taxistas prometem paralisar atividades na sexta-feira.

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Angola Konflikt um die Fahrpreise für die Taxis
Foto: DW/P. B. Ndomba

A Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA) ameaça paralisar as atividades na próxima sexta-feira (10.05) caso se mantenha a escassez de combustíveis que se regista em Angola.

A crise continua a gerar filas intermináveis e especulação de preços e os "candongueiros" da província de Luanda exigem ao Governo a criação de alternativas para o abastecimento dos transportes públicos, de modo a garantir a mobilidade da população:

Em declarações à DW África, o presidente da ANATA, instituição que defende os direitos dos operadores de táxi em Angola, disse que as autoridades angolanas têm 24 horas para dar resposta à preocupação.

Geraldo Wanga afirma que as enchentes nos postos de abastecimentos está causar transtornos aos operadores de táxi. "Infelizmente trabalha-se das 05h00 às 14h00 e fica-se nas bombas das 14h00 às 23h00. No dia seguinte tem que se ter disposição física e mental para começar com atividade às 05h00, isso se conseguir abastecer o carro. Há casos em que um indivíduo chega perto do posto de abastecimento e o combustível acaba", lamenta Geraldo Wanga.

Despedimentos compulsivos

Segundo o presidente da ANATA, a paralisação visa, por outro lado, exigir das autoridades do país mais seridade e responsabilidade nos seus atos. "Podemos até suportar a escassez de combustível. A dificuldade de mobilidade ninguém vai suportar porque as consequências são grandes", sublinha. 

Geraldo Wanga, Präsident einer Gewerkschaft der Taxi-Fahrer in Luanda, Angola
Presidente da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola, Geraldo WangaFoto: DW/M. Luamba

"Há pessoas que estão a ser despedidas compulsivamente pelo facto de consequentemente, numa só semana, faltarem três vezes ao serviço devido à falta de táxis, causada pela escassez dos combustíveis", revela.

O taxista Geraldo Wanga esclarece que não estão a pedir combustíveis de graça. "Estamos a pedir que, em todos os municípios da província de Luanda, o executivo crie condições de ter postos de abastecimento exclusivo para os transportes públicos, de modo a garantirmos a mobilidade de pessoas e bens".

Se a crise dos combustíveis continuar e se o governo não criar condições que os candongueiros exigem, a paralisação vai prolongar-se até ao fim da próxima semana.

"Segunda-feira vamos retomar as atividades por ser o primeiro dia de trabalho da semana, para não prejudicarmos os nossos pobres e sofredores irmãos angolanos, para não terem duas faltas na segunda-feira. Vamos trabalhar segunda e terça-feira e na quarta, quinta e sexta-feira vamos paralisar outra vez, se as condições não forem resolvidas", explica.