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SociedadeÁfrica do Sul

África do Sul apreende comprimidos para "tratar" Covid-19

Lusa
31 de janeiro de 2021

Alfândega do aeroporto de Joanesburgo intercetou centenas de milhares de comprimidos de um tratamento parasitário que iria ser vendido como cura para a Covid-19, anunciou a polícia sul-africana.

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Coronavirus - Ivermectin
Foto: Rodrigo Urzagasti/dpa/picture alliance

De acordo com um comunicado das forças de segurança sul-africanas, estas apreenderam, ao longo das últimas duas semanas, "comprimidos que se suspeita serem ivermectina" no aeroporto internacional de Joanesburgo, noticiou a agência de notícias France Presse.

Seis suspeitos que viajaram a partir da Índia foram detidos e indiciados por transporte de medicamentos não declarados e importação de medicamentos sem licença.

De acordo com a polícia, os medicamentos apreendidos estão avaliados em seis milhões de rands (cerca de 325 mil euros).

"Os medicamentos não declarados, principalmente sob a forma de comprimidos, foram importados para venda e com a finalidade, alegadamente, de serem utilizados no tratamento da Covid-19", acrescentou a declaração citada pela agência francesa.

Eficácia não comprovada

A ivermectina é um tratamento parasitário, regularmente utilizado contra a sarna, e um dos vários fármacos que desde o início da pandemia de Covid-19, provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, tem sido utilizado para combater os seus efeitos.

A procura por este tratamento aumentou recentemente, embora os cientistas não tenham provas suficientes para promover o fármaco como um tratamento eficaz da Covid-19.

Durante esta semana, a autoridade sul-africana para os medicamentos e produtos de saúde aprovou, de forma provisória, a utilização controlada de ivermectina em seres humanos, revogando uma decisão de dezembro que bloqueava a importação do fármaco.

A ivermectina é utilizada para matar parasitas em animais e humanos e é usada de forma ampla na África subsaariana desde a década de 1990, em particular para tratar a oncocercose (cegueira dos rios).

Ainda que seja maioritariamente usada para fins veterinários na África do Sul, a sua utilização em seres humanos não é proibida.

A África do Sul é o país mais afetado no continente africano, contabilizado mais de 1,4 milhões de casos, incluindo 43.633 mortes, desde o início da pandemia.

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