Covid-19: UA discute estratégia para promover a vacinação
19 de dezembro de 2021Terá como temas a situação da vacinação contra a covid-19 em África - as estratégias para aumentar a aceitação da vacina e possíveis parcerias para facilitar a adesão à mesma - , a necessidade de aumento de testes para monitorizar a situação da pandemia, e a preocupação face a novas variantes, assim como as suas implicações políticas
A pandemia de covid-19 já provocou 225.591 mortos em África, onde foram registados 9.049.217 casos, dos quais 8.270.074 recuperaram da doença, segundo dados oficiais regionais hoje divulgados.
De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC), na última semana o número de novos casos ultrapassou a barreira dos nove milhões.
Esta semana, tal como nas anteriores, as novas infeções dispararam principalmente em África, com um aumento de +57% de casos.
É de se salientar que a África do Sul atingiu um novo recorde de casos, com 26.976 infeções, poucas semanas após anunciar a descoberta da variante Ómicron, que semeou o pânico em todo o mundo.
O Essuatíni teve um aumento de +119% de casos, comparativamente à semana passada, reportando 1.100 casos diários. É o país que registou a maior aceleração da semana entre aqueles com pelo menos 1.000 infeções diárias.
Falta vacinas
De momento, a África está dependente do mecanismo internacional Covax e das doações para vacinar a sua população.
O sistema Covax visa fornecer, este ano, vacinas a 20% da população em quase 200 países e territórios participantes.
O Covax inclui um mecanismo de financiamento que permite a 92 nações com níveis baixos e médios de desenvolvimento económico acederem às doses, e foi criado para tentar evitar que os países ricos detivessem em exclusivo as vacinas.
Em 14 de dezembro foi anunciado, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que o continente africano poderá não atingir o objetivo de vacinar 70% da sua população de 1,3 mil milhões de habitantes contra a covid-19 até à segunda metade de 2024.
Enquanto alguns países mais ricos, motivados pelo aparecimento da nova variante, a Ómicron, decidiram permitir doses de reforço da vacina como resposta, menos de 8% da população africana recebeu as duas doses da vacina contra a covid-19.
Apenas 20 dos 54 países africanos vacinaram completamente pelo menos 10% da sua população contra a covid-19, e 10 países vacinaram completamente menos de 2% da sua população.
No entanto, seis países - Cabo Verde, Maurícias, Botsuana, Marrocos, Seicheles e Tunísia - alcançaram 40% de cobertura, sendo que as Maurícias e Seicheles atingiram os 70%.