Covid-19: Sangue de curados é usado para terapia na Itália
3 de abril de 2020O Hospital Policlínico de Pavia (HPP), na região da Lombardia, no norte da Itália, iniciou um tratamento experimental de plasmoterapia - que utiliza o sangue de doentes curados após infeção pelo novo coronavírus para tratar os que se encontram em estado grave.
O centro hospitalar pediu doações de sangue a quem tenha recuperado da Covid-19. Segundo jornais locais, os primeiros voluntários foram um casal de médicos - que também foram os primeiros positivos do vírus na província.
"Trata-se de uma terapia que já foi utilizada com êxito contra a SARS e o ébola e que permite proceder em simultâneo a outras terapias", explicou o responsável da Imuno-hematologia do Policlínico de Pavia, Cesare Perotti, ao jornal local Il Ticino.
O procedimento consiste numa transfusão de sangue de um paciente já curado, que possua um "plasma hiperimune" com anticorpos contra a Covid-19. O tratamento está previsto para pacientes em casos graves.
A plasmaterapia já foi caucionada pela delegação de médicos chineses de Wuhan que visitaram o hospital há duas semanas e que contribuíram com a sua experiência, ao referirem que testaram o método em mais de mil pacientes e obtiveram resultados positivos.
As primeiras provas foram realizadas em cinco pacientes do HPP e quatro de um hospital em Mântua, também na Lombardia. O resultado das provas foi positivo, mas ainda não é possível certificar a eficácia da plasmoterapia para tratar o novo coronavírus devido ao número reduzido de tratamentos realizados até ao momento.
Castigados pela Covid-19
Milão é outra cidade da Lombardia que sofre coma pandemia. O crematório da cidade encerrou nesta segunda-feira (02.04) devido ao afluxo excessivo de corpos.
O principal crematório de Milão confronta-se "com um aumento progressivo de corpos que aguardam cremação", segundo os responsáveis do município, que indicaram ainda que o prazo de espera está em 20 dias.
No caso de aumento deste prazo, haveria "problemas de higiene e sanitários". Os responsáveis indicaram que o crematório não aceitará mais corpos por um mês.
Mais de 2,1 mil milaneses morreram em março, contra 1,2 mil no mesmo período de 2019. Em Bérgamo - outra cidade da Lombardia e a mais atingida da Itália - os corpos foram transportados por camiões militares em direção a outras regiões do país para serem incinerados.
Na Itália, mais de 13 mil pessoas morreram infetadas pelo novo coronavírus.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia de Covid-19, já infetou um milhão de pessoas em todo o mundo e provocou 50 mil mortos.