Covid-19: Páscoa não traz turistas a Inhambane
2 de abril de 2021As autoridades afirmam que os cancelamentos turísticos na província de Inhambane se devem às medidas restritivas da pandemia de Covid-19, que interditam atividades desportivas nas praias. Cada vez mais, pessoas que tinham reservado acomodação nas casas de pasto para a passagem da Páscoa nas praias estão a cancelar as suas reservas.
A pandemia do coronavírus e os recentes ataques armados no norte de Moçambique são apontados como as principais causas.
Mariana João proprietária de um hotel em Vilankulo, disse à DW África que todas as reservas foram canceladas. A agravar a situação, não há transporte aéreo para a região.
"Não há quase ninguém"
"Hoje, cinquenta pessoas cancelaram [as reservas] e a nossa instância turística está a 'zero por cento'. Aqui, em Vilankulo, não há quase ninguém. Não há turistas e eu não sei o que vamos fazer. As Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) cancelaram todos voos de Maputo a Vilankulo", desabafou.
Gary Rowan, dono do complexo turístico Coconut Country Adventures, já previa, em janeiro, que não iria contar com hóspedes nesta altura do ano.
"A nossa companhia optou por encerrar as actividades turísticas este ano porque recebemos muitas solicitações de cancelamentos de acomodações e, por isso, não tínhamos como pagar os salários aos trabalhadores", explicou.
Yassine Amugy, a presidente da associação de turismo em Vilankulo, confirmou à DW África que mais de metade das reservas nos hotéis locais foram canceladas nas vésperas da Páscoa.
"Algumas pessoas disseram que vinham para a Páscoa mas, com a questão dos ataques [em Cabo Delgado], 50% das reservas feitas foram canceladas".
Emídio Nhantumbo, o diretor provincial da cultura e turismo em Inhambane, disse que esperava uma páscoa com muitos turistas, mas a situação que o país vive levou ao cancelamento, pois as praias estão encerradas.
"Estávamos a prever uma oportunidade, mas há muitos cancelamentos. Muitas atividades não estão permitidas."
Nesta quinta-feira (01.04), Moçambique não registou qualquer óbito por Covid-19, pela primeira vez em meses, num dia. Entretanto, foram diagnosticados 150 novos casos, anunciou o Ministério da Saúde.
O país mantém-se com 775 óbitos e sobe o número de casos para 67.729, dos quais 83% são considerados recuperados da doença. Um total de 10.115 pessoas ainda estão infetadas no país.